6.3.07

CIÊNCIA COM CORES VIVAS

FOI ESTA SEMANA lançado em Lisboa um novo livro do físico, professor e divulgador científico Carlos Fiolhais.
O facto é sempre um acontecimento. Se pensarmos também no matemático Jorge Buescu e em mais alguns divulgadores científicos portugueses, verificamos que em Portugal têm saído, ano após ano, livros sobre ciência de invulgar qualidade. O facto é prova do interesse de muitos leitores, que pretendem actualizar-se sobre temas científicos. E é, sobretudo, prova da vitalidade de um grupo de cientistas que, além de serem investigadores, se dedicam à divulgação.
Não será obrigatório ser-se investigador para se ser bom divulgador, tal como não será obrigatório que todos os cientistas se tornem divulgadores. Mas o contacto por dentro com a ciência ajuda certamente a comunicar de forma empenhada e criativa.
O que se diz para a divulgação diz-se para o ensino. Não sendo todos os professores investigadores, a Universidade só tem a lucrar com os que, por viverem por dentro a construção da ciência, percebem a importância de um ensino actualizado e sabem melhor traduzir aos jovens o método, a forma e o empenho da ciência moderna.
O matemático António Aniceto Monteiro, cujo centenário se celebra este ano com uma exposição e conferência internacional na primeira semana de Junho, exprimiu-se uma vez nestes termos: «nenhum professor poderá iluminar as suas lições com cores vivas e profundas se não tiver vivido os problemas que trata, se não tiver investigado na disciplina que professa».
Lendo a «Nova Física Divertida» de Carlos Fiolhais, acabada de editar pela Gradiva, percebe-se de onde vêm as «cores vivas» com que este cientista ilumina os seus livros.
Adaptado do «Expresso»

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