20.4.07

O regimento de «caBalaria»

NÃO ERA POR ACASO que os contos tradicionais referiam, com muita frequência, a figura do rei (ou do sultão, no caso d' «As 1001 Noites») que se disfarçava - de pedinte, viajante ou mercador - para, misturando-se com o povo nas ruas e mercados, saber a verdade e o que pensavam dele e da sua governação.
E essa saudável prática, mesmo que não passe de ficção, bem falta faz a muitas pessoas da nossa praça (nomeadamente políticos), que demonstram uma total incapacidade de se verem de fora, de se aperceberem de como os outros os vêem - o que sucede, porventura, por viverem em redomas ou torres-de-marfim, isolados do mundo-real por uma caterva de assessores, bezuntas, familiares, yes-men, amigos e correlegionários.
A renascida teoria da cabala - se é mesmo isso o que pensa quem a enuncia sem se rir -, só pode vir de pessoas assim.