25ª HORA
Remédios assassinos
Por Joaquim Letria
TENHO UM AMIGO QUE SOFRE DOS OSSOS e padece grandes dores articulares. Por isso, nomeei-o meu assessor para os anti inflamatórios, medicamentos em que a dor o especializou. Quando o meu esqueleto emperra, pergunto-lhe o que devo tomar.
O meu amigo está desorientado. Há anos, foi o Viox. Disseram que dava ataques cardíacos que eram uma beleza e houve gente que terá marchado nesses badagaios, embora para as dores das articulações aquilo fosse melhor do que valvulina ou massa consistente.
Os laboratórios iam estoirando, as acções caíram nas bolsas das grandes praças, doentes e familiares abicharam milhões com processos em todo o mundo.
Agora, parece a vingança do Viox. Uma dica de que a concorrente nimesulide desfaz o fígado e mata que se farta, e lá vão biliões de euros à vida. Para alguém, um novo ciclo de negócio está em marcha.
Para suportar as dores, o meu amigo tem de escolher: ou morre do coração, ou morre do fígado. Vou regressar às papas de linhaça, às ventosas e ao azeite quente e descobrir um médico do Leste, ilegal, que não me venda a um laboratório. Os remédios matam que se fartam!
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Etiquetas: JL
1 Comments:
Infelizmente somos afectados constantemente por estas guerras de empresas entre si e das empresas com o governo e do governo connosco... bem, eu podia continuar a enumerar, mas não vale a pena. Só sei, que se não morrermos dos remédios, há aí um veneno chamado Sócrates que anda a tentar!
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