22.5.07

Passeio Aleatório

Laboratorio Chimico
Por Nuno Crato
ESTÁ ABERTO AO PÚBLICO, desde 18 de Maio, um novo espaço museológico na Escola Politécnica, em Lisboa.
O antigo Laboratorio Chimico, como então se escrevia, foi finalmente recuperado na sua traça original e aparece agora quase como seria no século XIX, quando foi construído (c. 1857) e reequipado (c. 1880). É um espaço único em Portugal e na Europa. É um grande laboratório, com bancadas e equipamento próprio para o ensino universitário e para a investigação, é um anfiteatro, onde os professores podiam fazer experiências frente aos alunos, e são algumas salas anexas. Ao entrar nele, entra-se na vanguarda da química europeia do século XIX. E entra-se também num ambiente belíssimo, onde o tempo e a sábia recuperação do lugar e dos equipamentos, criaram uma atmosfera arrebatadora.
Não há nenhum outro local assim. Por um conjunto de circunstâncias — umas boas, outras tristes —, o laboratório não sofreu alterações irreparáveis desde a sua fundação até ao último ano do século XX, altura em que os últimos alunos e professores da Faculdade de Ciências deixaram as instalações do vetusto edifício. Mas este magnífico laboratório será mais do que um museu para olhar. Será um espaço vivo de divulgação da química, para ver, mexer e interrogar. Um espaço que se junta a outros dos museus da Politécnica. Nas próximas semanas será neles inaugurada uma exposição de borboletas (24 de Maio), uma evocação do matemático António Aniceto Monteiro (31 de Maio), um Clube de Matemática (Junho) e actividades de simetrias e espelhos (Junho).
Na Politécnica há um museu extraordinário. Respeita-se o passado e mexe-se na ciência moderna.
Adaptado do «Expresso»; imagem: www.mc.ul.pt/lab/lab1p.htm

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