PEDRAS À SOLTA
Exploração do trabalho infantil
Por Carlos Barroco Esperança
A POBREZA ESTÁ NA ORIGEM da violência e crueldade que grassam pelo mundo. Não é a única desgraça mas é uma das mais terríveis e de efeitos mais devastadores.
A exploração de crianças é um reflexo dessa pobreza que começa na carência de água potável, alimentos e escolaridade e termina na exploração da mão-de-obra, na venda e escravatura de crianças.
Os países ricos devem alguma da sua prosperidade aos despojos desta tragédia, à manutenção de uma infâmia paga com sangue de crianças que não têm lágrimas.
A abastança em que vivemos, excluídas as bolsas de pobreza interna – reflexo local da injustiça mais vasta a nível planetário –, permite-nos viver muito e bem no mundo onde se morre depressa e mal.
A globalização abriu mercados a sociedades fechadas, mergulhadas em imensa pobreza e na opressão de déspota violentos. O acesso à sobrevivência de milhões de pessoas põe em risco alguns privilégios das sociedades ricas enquanto as empresas aumentam lucros e os trabalhadores vêem perigar o bem-estar e os postos de trabalho.
Quero ser optimista quanto ao futuro e pensar que o altruísmo seja globalizado porque, se não aceito as grandes desigualdades entre cidadãos de um mesmo país, também não devo tolerar as tremendas diferenças que separam os países ricos dos países pobres.
Enquanto nós queremos trabalhar cada vez menos e ganhar cada vez mais, há quem se contente em não morrer. Não é justo o mundo em que 218 milhões de crianças entre os 5 e os 17 anos trabalham e em que 126 milhões destas crianças têm trabalhos perigosos.
Enquanto não houver justiça à escala mundial, a ameaça paira sobre a paz e o bem-estar.
Etiquetas: CBE
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