As leiteiras e o aquecimento global...
«Humor Antigo» - Ano de 1923
Quando encontrei esta velha anedota, não resisti, e enviei-a ao Eng.º Rui Moura, especialista em assuntos climáticos e que, no seu blogue «Mitos Climáticos», tem gasto bastante tempo e energias a ajudar as pessoas a arrumar ideias no que toca a esse assunto. Pelo óbvio interesse, e com sua autorização, segue-se o comentário que ele fez.
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(...) foi nessa época que se verificou o fenómeno conhecido por «dust bowl» nos EUA. O John Steinbeck relatou o acontecimento nas «Vinhas da Ira». A seca é um complexo que ficou nas autoridades norte-americanas já que ela pode arrastar problemas sociais terríveis como sucederam nessa época. E o «global warming» começou quando o Congresso dos EUA chamou, em 1988, o James Earl Hansen, director de uma agência da NASA, para explicar a seca que estava a decorrer. O Hansen disse que era devido ao «global warming» e aos gases com efeito de estufa de origem antropogénica, nomeadamente ao dióxido de carbono. O New York Times chapou na primeira página este depoimento e a notícia propagou-se quase à velocidade da luz por todo o planeta. A nossa tragédia vem daí. A partir de então a NASA pretende demonstrar o acerto da falaciosa declaração do Hansen. Os cépticos chamam mesmo hansenismo por cacofonia com o lissenkoismo.
Se reparar na curva da temperatura média global (está no baú do meu blogue e devo reproduzi-la proximamente), entre 1910 e 1935 verificou-se uma subida com uma inclinação semelhante (ligeiramente menor) à da subida verificada entre 1975-2000. Curiosamente correspondem a um quarto de século já que a temperatura média global estacionou desde o início deste século. Aconteceu o mesmo entre 1935 e 1960 (outro quarto de século) durante o óptimo climático contemporâneo. Estes quartos de século são apenas coincidências pois não há razão para se considerarem ciclos marcados. Ou haverá? É caso para investigação.
Se reparar na curva da temperatura média global (está no baú do meu blogue e devo reproduzi-la proximamente), entre 1910 e 1935 verificou-se uma subida com uma inclinação semelhante (ligeiramente menor) à da subida verificada entre 1975-2000. Curiosamente correspondem a um quarto de século já que a temperatura média global estacionou desde o início deste século. Aconteceu o mesmo entre 1935 e 1960 (outro quarto de século) durante o óptimo climático contemporâneo. Estes quartos de século são apenas coincidências pois não há razão para se considerarem ciclos marcados. Ou haverá? É caso para investigação.
Etiquetas: CMR
13 Comments:
O que não faltaram serão dezenas, centenas , milhares de "especialistas em assuntos climáticos" com opinião contrária.
O que é muito salutar, porque é do cepticismo que cresce a ciência.
Agora quando se diz que o "global warming foi inventado" estamos a cair no ridículo.
E o exemplo de 1910-1935 não deixa de ser engraçada, eu diria mesmo hilariante. Por duas razões:
1. Já havia emissões de CO2 no princípio do século, logo essa subida não prova nem indicia absolutamente nada contra a relação CO2-aquecimento global.
2.O declive da subida pode ser semelhante, e flutuações sempre houve. Agora o que se passou em 1975-2000 não se resume a um declive, passa também pelo valor absoluto onde começou a subida. Se o valor médio é 20, subir rapidamente de 19 para 21 não indica nada. Agora subir de 22 para 24....
E não esquecer que essa seca nos EUA também está associada a um outro interessante factor: a agricultura intensiva.
Aqui, mais do que o aquecimento global ser ou não ciclico, o preocupante são mesmo os valores e o que eles podem representar nos degelos glaciares (verificável), polares (verificável) e no seu efeito na corrente do golfo (os degelos, o movimento do anti-ciclone dos Açores e os resultados recentes já poderá ser um prenúncio dizem alguns).
Claro que é melhor ficarmos todos a discutir o sexo dos anjos e, como a rã, deixarmo-nos cozer lentamente na água fervente.
Até mais.
É pena é o sr dos Mitos Climáticos não permitir o contraditório mas cada um é que sabe. É sempre mais fácil dizer-se o que se quer e não se ter resposta pública.
O que o Mário da Silva não mostra, por manifesta intenção é que o degelo dos glaciares é pontual, ou seja, em alguns isso verifica-se, noutros observa-se o contrário (pode consultar estas informações no mitos-climáticos).
O que o "Sr. dos Mitos Climáticos" anda a fazer é tentar informar as pessoas que não existem certezas neste campo e que deve haver mais investigação à luz de novas teorias e factos científicos entrentanto verificados. O próprio blogue é o contraditório e com valor.
Caro Nuno,
Mostre-me você essas imagens se as tem (e não aquelas dos medidores nos EUA que é falacioso) e deixe de fazer juízos de intenção às minhas intenções.
Até mais.
Caro Mário da Silva consulte o blogue e não vápor imagens, são engandoras.
Pense homem, pense.
Caro Nuno,
Mais uma vez, não vá por aí que vai mal. Chamar-me ignorante e estúpido é o caminho errado.
Se quer contrapôr, contraponha. Faça você a pesquisa e não se limite a colocar imagens falaciosas a sugerir que tudo não passa de um embuste de um qualquer politiqueiro americano ou de uma agência, também americana, com quaisquer fins obscuros. Isso é, no mínimo, comunismo primário da sua parte e fica-lhe mal.
Você é que é, por confirmação sua, o cientista. Elucide-nos. Aponte-nos as partes que acha interessantes do que leu no outro blog e em outros sítios.
Você é que acha e diz que eu estou completamente errado, que no pasa nada, que é circular, é circular; mas depois nem uma migalha de resposta séria nos atira a nós, vulgares ignorantes.
Mesmo na minha ignorância, sempre tento apontar directamente para os artigos que quero discutir e não para o ar. E nem atiro o meu diploma e outras sabedorias para tentar minorar o saber dos outros.
Seja sério se quer ser levado a sério.
Até mais
Já agora, deixo-lhe aqui este pedacinho lá do blog dos Mitos que, para a nossa conversa particular me interessou sobremaneira lêr:
"Em segundo lugar, esses locais sofreram modificações que afectaram as temperaturas (urbanizações, arborizações retiradas ou implantadas, etc.). A comparação das medições de um mesmo local é prejudicada pela evolução da envolvente."
Que impacto terá a duplicação da área urbana, desarborizada e betonificada, proposta neste maravilhoso novo Plano Director Municipal da Moita?
Uma dúvida que nos fica...
E olhe que há gente muito critica do Dr. Rui Moura, Mestre em Climatologia, e de uma certa atitude de arrogância comum a algumas pessoas que se deviam coibir de ostentar os diplomas e as Muito Boas notas como se isso fosse o bastante aval para qualquer atoarda que lhes apetecesse mandar para o ar.
Mais vale "ignorante".
Até mais.
Ui, que se tocou na ferida!
O PDM da Moita!
Este sr. Dr. Nuno Cavaco, utiliza a mesma linha de pensamento a atacar "o aquecimento global" como a defender o PDM da Moita e os seus patrões Rui Garcia e joão Lobo.
Enterra a cabecinha na areia, estrebucha, estrebucha, joga areia para desparasitar as penas e segue em frente, como se nada fosse. O pior é se o céu alguma vez lhe cair em cima...
Bom, ao menos debate-se o aquecimento global.
Estamos no caminho certo.
Eu conheço pessoalmente o Eng. Rui Moura, desde há muitos anos. Fomos colegas na EDP e demos aulas no mesmo departamento do IST. Foi sempre conhecido pelo rigor com que tratava qualquer assunto técnico-científico. Por isso, atribuo grande credibilidade às opiniões que ele manifesta e aos dados científicos que pacientemente divulga no blog Mitos Climáticos.
A mesma atitude não posso ter em relação aos divulgadores do “aquecimento global”. Por vários motivos, dos quais destaco apenas um : a abordagem catastrofista do assunto. Os catastrofismos cheiram a religião e para esse peditório não dou. Não será por acaso que o Al Gore, na apresentação das “verdades inconvenientes” se assemelha bastante a um daqueles pastores das seitas religiosas, que outro objectivo não têm senão extorquir dinheiro aos crentes. Foi exactamente o que ele fez quando cá veio, por duas vezes.
Jorge Oliveira
Bem haja, pelo debate e pela possibilidade de se aprender com arte e inteligência
Concordo em absoluto:o blog, no seu conjunto, dá forma e conteúdo ao contraditório
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