Violência racista
Por C. Barroco Esperança
A VIOLENTA AGRESSÃO de uma jovem equatoriana, no metro de Barcelona, perpetrada por um skinhead a quem a demência racista exacerbou a fúria, é um acto que não diz apenas respeito a Espanha, é um crime que põe em causa a civilização e desmente a tolerância de que a Europa se reclama.
Não basta denunciar a violência, é preciso ser firme no combate às motivações racistas e xenófobas que alimentam os nacionalismos e povoam as mentes de jovens normalmente pouco alfabetizados, primários e selvagens.
Aquela jovem que seguia tranquilamente numa carruagem de metro é o paradigma das minorias que a fúria selvagem dos biltres põe em permanente risco. O pontapé que lhe atingiu a face era o escape das frustrações e ódios acumulados por quem tinha apenas como motivo de orgulho a pertença à maioria que o energúmeno identifica como raça.
Se os que nos consideramos civilizados não formos capazes de defender a diferença que faz a riqueza das nossas sociedades não merecemos a paz que nos bateu à porta nem o bem-estar que desde 1945, apesar das queixas de novos-ricos, não parou de aumentar.
Os patifes que se comportam como o biltre do metro de Barcelona – e nós temos dessa escória entre nós –, não merecem circular no espaço público, precisam de ser polidos na enxovia.
Etiquetas: CBE
7 Comments:
Há muito poucos dias, num parque infantil português, um "branco" tirou de um baloiço um miúdo "preto" para, no lugar dele, colocar o seu "branquinho" - um acto acompanhado, como é de regra nessas ocasiões, pelas invectivas do «Vai para a tua terra!»
Segundo a imprensa, o pai do "pretinho" teve grandes dificuldades em que lhe aceitassem a queixa (que apresentou na PSP), talvez por o agressor ser militar.
Entretanto, já foi levantado o inevitável inquérito. Esperemos...
Receio que, se esperar sentado, não vai levantar-se tão cedo. Haja fé, no entanto, e que se saiba rapidamente o que deu o tal inquérito.
Ainda ontem, em conversa com o "dono" de um blogue muito conhecido, comentámos como seria interessante haver um blogue que anotasse todos esses "inquéritos rigorosos, até às últimas consequências, doa a quem doer" e fosse acompanhando o seu "andamento"...
Haverá alguém disponível para isso? Seria Serviço Público de primeira.
E que tal um "promessómetro", um instrumento, actualizado a toda a hora, que permitisse escrutinar o cumprimento das promessas eleitorais de governantes e autarcas?
Aliás, esse trabalho devia ser o B-A-Bá da actividade das diversas oposições!
O pior é quando os lugares se invertem...
O que fez o biltre destas imagens é chocante por se tratar de uma rapariga indefesa. Precisava que lhe fizessem o mesmo, a dobrar. Mas não é a cor da pele que torna o acto mais canalha. Os que vêm com o choradinho do racismo estão convencidos de que são umas almas generosas. Não são. Porque só tratam como racismo os actos de brancos contra negros, ou outras peles escuras. Mas sabem muito bem que existem actos muito mais racistas praticados por negros contra brancos. E desses actos nunca falam, porque não passam de pseudo intelectuais de esquerda, para quem o politicamente correcto é denunciar o racismo de brancos. É por causa destes cagarolas, que deixam as populações irritadas com as suas políticas de imigração permissivas, que os movimentos de extrema direita começam a ter cada vez mais expressão. Veja-se o resultado das eleições na Suíça. Depois queixem-se.
De facto, vemos actualmente Mugabe a praticar um racismo-inverso.
Mas também o há de negros contra negros e de brancos contra brancos.
No 1.º caso, temos guineenses/cabo-verdeanos; zulus contra não-zulus (na África do Sul), os da etnia do MPLA contra os da etnia da UNITA, tutsis contra hutus... para não recuarmos a tempos mais antigos, onde a escravatura de negros era um negócio (também) explorado por negros.
No 2.º caso, os japoneses consideram-se superiores aos outros "amarelos", um alemão bronco considera-se superior a um português, e por aí fora.
É a supremacia económica que gera o racismo, pois o dominador/explorador precisa de se auto-justificar, explicando a sua violência com a superioridade da sua raça (verdadeira ou inventada).
Trata-se do mesmo fenómeno que leva o Homem a explorar em seu proveito todos os outros seres vivos. É-lhes superior, e isso dá-lhes o poder de vida ou de morte.
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