Crónica de um dia de Verão
Por António Marinho e Pinto
DESLOQUEI-ME HOJE (03/08/2007) de Coimbra a Lisboa e, como habitualmente, utilizei o Serviço Alfa da CP. Fui de manhã bem cedo e regressei a meio da tarde.
Costumo viajar em segunda classe, porque é mais barata e melhor frequentada do que a primeira.
No entanto, quando regressei já não havia bilhetes na turística, pelo que tive de viajar em primeira classe, numa das carruagens, pomposamente designada por «conforto».
Puro engano. Conforto nem vê-lo, pelo contrário. Foi um verdadeiro suplício. Tive de viajar numa carruagem fechada, sem janelas e com uma temperatura que variava entre os 28 e os 29º centígrados… Permanentemente. Toda a viagem a suar sem qualquer possibilidade de atenuar o sofrimento senão a beber «quartos» de água comprada a preços especulativos.
Por isso, aqui fica o conselho: evite a CP nos tempos de canícula. É bem melhor usar o automóvel ou então os autocarros da Rodoviária.
Antigamente, quando alguma coisa funcionava mal em Portugal, dizia-se logo que era «como o aquecimento nos comboios da CP – só aqueciam de verão». Pelos vistos a velha «joke», readquiriu actualidade.
Mas o mais curioso é a justificação dada. A temperatura interior das carruagens está «indexada» à temperatura exterior, apenas em 10º centígrados a menos. Portanto, os utentes (e não clientes, pois não há alternativa nesse meio de transporte) da CP já sabem a que temperatura irão viajar: se a temperatura exterior for de 39º graus (como aconteceu hoje), dentro das «carruagens conforto» da CP a temperatura não será inferior a 29 graus. E se a canícula aumentar… Bem, então o melhor mesmo é fugir para bem longe.
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