7.1.08

Lagos, 6 Jan 08
Estes dois prédios, em construção, são contíguos. Repare-se como a questão da segurança é encarada num caso e noutro.

7 Comments:

Blogger R. da Cunha said...

O construtor do prédio da esquerda não acredita na Divina Providência, contrariamente ao do direita que, se calhar, nem seguro de acidentes tem (que Seguradora o faria, com aqueles andaimes?)

7 de janeiro de 2008 às 19:15  
Blogger Contacte-nos said...

Bom, qualquer uma visto o seguro ser obrigatório para levantar a licença de construção...agora se a seguradora paga depois de um acidente com as belas protecções individuais de trabalho expostas isso é outra conversa.
O que me atrai mesmo na comparação é saber o custo que é necessário aplicar a uma obra de todas as correctas normas de segurança como está bem explícito na foto da dta. e que devido a falhas na fiscalização o construtor da esq. (vulgus patus bravus) sem um cêntimo de investimento compete de forma mais eficaz... mais uma vez quem ganha é quem não investe na modernização das suas actividades produtivas.
Exercicio abstracto, foto 1, restaurante que segue todas as normas exigiveis por lei,foto 2 tasca com enchidos regionais; a mesmíssima coisa, excepto a relação de amor do bom português com os seus enchidos.

7 de janeiro de 2008 às 22:05  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

De 1971 a 2001 trabalhei em muitas obras (indústrias diversas, centrais e subestações), e em algumas como responsável pela montagem, incluindo segurança.

Apercebi-me, inúmeras vezes, como tinha razão um engenheiro que eu conheci e que era dono de uma empresa pequena:

«Na segurança não poupamos, porque somos uma empresa POBRE».

Na realidade, e esquecendo o caso das fotos (em que poderíamos falar do custo da mão-de-obra para montar e desmontar os andaimes; preços de aluger versus improvisar para desmanchar mais tarde, etc), posso garantir que o custo de UM ÚNICO "acidente" é uma fortuna.

Eu mesmo dei uma queda na Central do Pego (ao atravessar uma tábua empenada que fazia de passadeira), caindo numa vala de betão.

Sem contar com as dores (que, ao fim de 15 anos, ainda sinto, por vezes), o custo para a empresa (correspondente à baixa, ao tratamento, etc.) foi de centenas de contos.

Inversamente, assisti à salvação de um operário português que caiu numa rede de protecção que, dias antes, o patrão se recusara a instalar! - e só o fez após operários alemães se terem recusado a trabalhar sem essa protecção.

Curiosamente, grande parte dos operários portugueses que eu conheço não fazemm quaisquer exigências de segurança, sendo os primeiros a retirar os capacetes e os cintos-de-segurança "Quando o chefe não está a ver"...

8 de janeiro de 2008 às 11:43  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Possivelmente, o texto do "post"não está correcto, pois é possível que, em termos de segurança, a obra do lado direito esteja bem feita.

O que ressalta é o "improviso" em algo que não pode (ou não deve) estar sujeito a ele.

Além disso, só uma mão-de-obra barata permite que um empreiteiro coloque operários a fazer e a desfazer estruturas de madeira em vez de alugar (ou comprar) outras já feitas e homologadas.

Lagos (e não só) está cheia de empreitadas de espanhois (nomeadamente da Constructora S. José),e vale a pena ver como eles trabalham depressa e bem - em termos de horários, programação, pré-fabricação, preparação de trabalhos, segurança, etc.

8 de janeiro de 2008 às 12:03  
Blogger Contacte-nos said...

Julgo que tocou no cerne da questão; são dadas formações em obra (obrigatórias por lei)a permanente fiscalização de segurança e pumba, viramos a costa e lá vão eles para cima de vigas e coberturas sem linha de vida e arnês...depois lá temos perfurações de pulmão (vá lá, podia ter sido pior)e outros...
Darwin diria que estamos perante a selecção da espécie, eu digo que deviam seleccionar-se fora do horário de trabalho, dava-me muito menos chatices:).

8 de janeiro de 2008 às 12:09  
Blogger Contacte-nos said...

humm...à primeira vista parece-me que faltam linhas de rodapé nos guarda-corpos, estando estes bastante imcompletos em várias zonas, provavelmente o ferro em espera não estará tamponado, estão a armar as lages do 3ºpiso e não me pareçe haver nenhuma estrutura que receba uma linha de vida para os trabalhos de cofragem...não caro CMR, está mesmo uma desgraça total.

8 de janeiro de 2008 às 12:18  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Na obra da Central do Pego, muitas melhorias (até mesmo de higiene) foram feitas por exigência do pessoal alemão, nomeadamente da Hartmann & Braun: é que eram pessoas essenciais para a obra e recusavam-se a trabalhar "à portuguesa"...

Até mesmo sanitários decentes só apareceram assim!

8 de janeiro de 2008 às 12:22  

Enviar um comentário

<< Home