28.3.08

Passatempo sem prémio

ESTA EXPERIÊNCIA, que pode também ser feita com uma agulha de tricot que atravesse duas rolhas de cortiça (nas quais se cravem duas lâminas de barbear) tem resultados quase evidentes:
Aquecendo suficientemente a peça de metal, deixando-a depois arrefecer, e repetindo o procedimento ao sabor da paciência que se tiver, a geringonça desata a subir, pois a forma assimétrica do denteado da serra impede-a de descer.
Passa-se o mesmo com o preço da gasolina (que sobe depressa sempre que aumenta o do barril de petróleo - mas não baixa com a mesma prontidão quando se dá o inverso), com os juros da banca, etc.
*
Pergunta sem prémio: tendo em conta que os preços subiram sempre que o IVA subiu, o que sucederá agora, com a sua descida?

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5 Comments:

Blogger Irina Melo said...

Nada, todos os preços na mesma para o consumidor final. Mas arrelia-me a politiquice da oposição que contestou a subida de IVA pelo governo porque ia provocar um abanão na economia e agora que este desceu já não se fará notar em nada... É isto que provoca a descredibilização da política: o ser sempre do contra.
Para o consumidor final nao acredito que preços alterem (infelizmente) mas pode ser que muitas PME que estão com a corda na garganta beneficiem desta medida, ganhando uma margem lucro extra

28 de março de 2008 às 12:36  
Anonymous Anónimo said...

Melo,

É verdade que a Oposição muda de opinião oportunisticamente, descredibilizando-se mais vezes do que seria necessário.
Mas, NESTE CASO CONCRETO, pergunta-se:
Tem ou não tem razão quem diz que a subida do IVA provoca sempre subida de preços, enquanto a descida raramente (ou nunca) tem o efeito simétrico?
Claro que sim, e não é por aí que a oposição se descredibiliza; antes pelo contrário, porque, pelo menos neste caso, diz uma grande verdade.

É claro que, como diz, os vendedores é que vão ficar a ganhar.
Mas não serão só as PME (com ou sem corda na garganta).

E, mesmo que a ideia do governo seja essa (beneficiar as empresas), não nos atire areia para os olhos dizendo que é o consumidor quem vai ser beneficiado, porque é mentira.

28 de março de 2008 às 13:43  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Há muitas maneiras de os políticos se descredibilizarem.
Uma, como diz Melo, é mudarem de opinião ao sabor das conveniências.
Outra, é dizer "inverdades".

Neste caso, há políticos que dizem que os consumidores vão ser beneficiados; e outros que, olhando para a experiência de casos iguais, dizem que isso não se vai passar.

Para mim, o descrédito maior será para quem se enganar num assunto desta gravidade.
Vamos esperar para ver... ou não é necessário?

28 de março de 2008 às 14:16  
Blogger Musicologo said...

Uma coisa é certa. O estado vai ficar a deixar de ganhar 500 milhões de Euros. Esse dinheiro terá de ficar com alguém. Se não é "devolvido" ao consumidor sob a forma de baixa de preços, é porque fica retido algures. Distribuidores? Vendedores? Retalhistas? Produtores?...

28 de março de 2008 às 18:44  
Blogger R. da Cunha said...

O meu comentário é a transcrição de uma declaração de João Vieira Lopes, vice-presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal: "o Estado deverá fiscalizar os serviços públicos e os produtos tabelados." "De resto, o mercado é livre, pelo que a fiscalização poderá ser feita pelos consumidores".
O título da notícia é esclarecedora: "Empresas querem ter a palavra final na fixação dos preços e recusam fiscalização",
Que é que se pode acrescentar? Estudos feitos noutros países demonstram que a descida deste imposto nunca acerreta a correspondente descida de preços finais.
In Público de hoje

28 de março de 2008 às 18:51  

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