O Tempo e o Modo... de o desperdiçar
HÁ ALGUNS ANOS, em diversas conversas que tive com gestores alemães (bons conhecedores da realidade portuguesa), todos se mostravam espantados com o facto de, no nosso país, pouca importância se dar ao tempo perdido. E referiam-se a vários aspectos dessa realidade, nomeadamente:
A infinidade de tempos-mortos nos locais de trabalho (devido a deficiente preparação das tarefas e organização dos próprios locais), e o facto de os portugueses passarem a vida a quererem inventar o que já está inventado, desprezando (ou mesmo destruindo) tudo o que foi feito anteriormente.
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Esqueceram-se de referir as longas filas, especialmente quando são evitáveis - no todo ou em parte -, como as que estas fotos mostram:
Na da esquerda, vê-se uma quantidade de pessoas pretendendo pagar a conta da água. Além dessas, estavam outras tantas, já no interior do edifício; e, no entanto, ali a dois passos havia máquinas ATM a funcionar (mas sem ninguém), onde a maioria podia proceder ao pagamento - para já não falar na possibilidade de o fazerem por transferência bancária.
Na da direita (foto tirada anteontem), a situação é outra: os 'pacientes' fazem fila numa bilheteira da CP (longo curso), em Entrecampos, tendo atrás de si uma magnífica máquina automática de venda de bilhetes. Mas, neste caso, a razão (pelo menos em parte) é outra!
Quem quiser, poderá ver [aqui] a explicação do mistério...
Etiquetas: CMR
5 Comments:
Se poucas alternativas existem para a compra de bilhetes da CP, o mesmo se não se passa para o pagamento da factura da água, pois para além das caixas multibanco, há as pay shops, espalhadas pela cidade (pelo menos no Porto e julgo que o mesmo acontecerá noutras cidades ou vilas). Porquê, então, se acumulam as pessoas naquele local?
«Porquê, então, se acumulam as pessoas naquele local?»
Não sei... A acumulação de pessoas exerce uma certa atracção.
Vê-se isso nas praias, nas filas de supermercados, nas portagens... As pessoas vão para onde já há mais pessoas.
Talvez seja bom referir que é normal ver filas consideráveis nas caixas de supermercadas alemãs. E tudo porque não se podem fazer pagamentos do estilo multibanco, apenas com o pin. Tem que se passar o cartão e assinar. E o número de caixas disponíveis nunca é particularmente elevado. A grande diferença é a calma paciência das pessoas enquanto esperam pela sua vez.
Para as bichas (sou portuguesa) de pagamento de facturas de água tenho uma teoria: desde que fora de prazo só se podem pagar mesmo ao balcão dos serviços municipalizados ou da empresa que fornece a agua. Nem atms,nem net, nem payshops aceitam pagamentos de facturas fora de prazo. E como cada vez há mais tugas sem dinheiro, protelam o pagamento das ditas o mais possível, até à véspera da data de corte...
Não deixem de "clicar" na palavra [aqui] que se vê na última linha do 'post'.
Coloquei as imagens à parte para não o sobrecarregar com mais coisas.
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