28.10.08

Aprender com o passado

Por Joaquim Letria
AO CONTRÁRIO DO PACTO estabelecido em Espanha no período de transição para a democracia, o apuramento da verdade e o castigo dos crimes não foram incluídos na refundação democrática na Argentina, Uruguai e Chile.
O golpe militar no Uruguai (Junho de 1973), no Chile (11 de Setembro de 1973) e na Argentina (Março de 1976) não provocaram guerras civis e as respectivas ditaduras foram muito mais breves do que a espanhola – 12 anos no Uruguai, 7 na Argentina e 17 Chile, naturalmente que eternidades para quem as sofreu.
A Argentina foi o único destes países onde se julgaram alguns dos militares golpistas. No Chile, os militares amnistiaram-se a si próprios e no Uruguai um referendo democrático aprovou a amnistia.
Ao contrário do que se está a procurar fazer em Espanha, penso que estudar documentos, recolher testemunhos, analisá-los e divulgá-los é melhor do que condenar e castigar. Julgar o passado deve servir para aprender.
«24 Horas» de 28 de Outubro de 2008

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