4.11.08

Filhos do «Bloco Central»...

Por Alfredo Barroso
FORAM AMBOS, nos respectivos partidos, responsáveis pela organização, com o controlo total dos aparelhos partidários – e quem conhece bem esses partidos por dentro sabe o que é que isso significa, em termos de poder e influência, a todos os níveis…
Foram ambos ministros. Um deles, terá mesmo chegado a telefonar à progenitora para lhe anunciar: «Mãe, sou ministro!». O outro, foi a um programa de humor bastante duvidoso fazer uma figura ridícula, desfigurando a bela canção «Only you»…
Ambos fizeram das suas carreiras político-partidárias e dos seus cargos governamentais os trampolins de onde saltaram para o sector privado das empresas e dos negócios…
Um, enriqueceu rapidamente e chegou a estar ligado, entre outros negócios e empresas, a um banco que está agora à beira da falência e em vias de ser nacionalizado…
O outro, é administrador executivo (CEO) do maior potentado português da construção civil e obras públicas, proprietário da empresa que detém a «concessão» do terminal de carga do porto de Lisboa, em «boa hora» renovada por muitos anos e bons…
São almas gémeas, filhos queridos do «bloco central» de interesses que nos governa. Um, pontificou no PSD e não se lhe conhecem outros antecedentes políticos. O outro, no PS, onde caiu de pára-quedas depois de passar pela UDP e por Macau. Bons rapazes, inteligências fulgurantes, golpes de vista geniais – e a fortuna sorriu-lhes…
O «fim das ideologias» é com eles! As suas carreiras edificantes são exemplos para uma juventude que ambicione enveredar pela política – no PSD ou no PS, tanto faz! – para, a seguir, dar o salto para o mundo do negocismo infrene e do enriquecimento fácil…
Não será difícil adivinhar o lema que os guiou: «Loureiro & Coelho, a mesma luta!»…
NOTA: Esta e outras crónicas do autor estão também no seu blogue Traço Grosso.

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6 Comments:

Blogger jose reyes said...

"Pai, sou ministro" - Dias Loureiro.

Também não é difícil entender o lema que te guia: a inveja.

4 de novembro de 2008 às 15:27  
Blogger jose reyes said...

Parabéns ao Medina, foi citado no blog do Pacheco Pereira: http://abrupto.blogspot.com/2008/11/degradao-da-poltica-externa-portuguesa.html

É a Glória! eh eh eh

4 de novembro de 2008 às 15:32  
Blogger Fernando Sosa said...

Mais real este post não podia ser...para o mal do país.

4 de novembro de 2008 às 17:27  
Blogger Unknown said...

...da memória passada!

"Se bem me lembro...", um destes ex-pobrezitos, pediu ao partido, uma quantia (+ -3.000 contos) para comprar um terrenito mais perto da capital. Isto por volta dos anos 1985. Passado alguns anitos, após árduo trabalho na causa pública, lá conseguiu decorar a casita com a ajuda de uma "tia" da linha, e que costuma dar umas borlas. Depois...continuem lá vocês.

C. S.

4 de novembro de 2008 às 17:29  
Blogger Jorge Oliveira said...

É curiosa a referência de Alfredo Barroso a Macau. Porque talvez o fim das ideologias se tenha verificado exactamente em Macau, aí por meados de 1985, aquando do acordo firmado por altas figuras da esquerda nacional com um destacado capitalista do território.

O que se seguiu, de 1986 em diante, foi apenas a execução de um guião já estabelecido.

Jorge Coelho e muitos outros foram apenas artistas convidados para actuar em Macau. Uns safaram-se melhor do que outros, mas todos eles muito bem. É seguir-lhes as pisadas e ver onde estão hoje e o que fazem.

5 de novembro de 2008 às 07:37  
Blogger Táxi Pluvioso said...

Quem não tem ambições em ser rico que se junte a Maria José Nogueira Pinto.

5 de novembro de 2008 às 09:19  

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