26.2.09

Entender os fins

Por Joaquim Letria
O PRESIDENTE do Conselho Nacional de Educação fala clarinho e só não o percebe quem não quer. Diz Júlio Pedrosa, agora professor de alto coturno depois de ministro da Educação de Guterres, que “em Portugal ainda não houve um entendimento sobre os fins da Educação e o que representa educar”.
Por estas, e por outras, escusamos de ficar descansados. 900 anos para chegarmos aqui é muito tempo para tão curta distância. Afinal, ainda não nos entendemos e olhamos para o saber como um boi para um palácio.
De 1986 para cá, todos os anos recebo centenas de jovens que entram nas Universidades. De ano para ano vêm mais ignorantes e mais mal educados. Vejo-os partir para a vida, anos depois, em melhor estado mas longe do que deveriam ser. As dificuldades de sobrevivência são visíveis, o bem da Nação, escasso. Júlio Pedrosa falou verdade. Ninguém o ajuda a melhorar as coisas?!
«24 Horas» de 26 de Fevereiro de 2009

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1 Comments:

Blogger Fartinho da Silva said...

Não, porque em Portugal o fundamental é mostrar que se faz apesar de nada ser feito.

Alguns exemplos:

- Magalhães para crianças do 1º ano do 1º Ciclo, para quê? Talvez jogar? No entanto, o importante é afirmar em tom inflamado que todas as criancinhas de Portugal e da Venezuela terão acesso ao Magalhães.

- Inglês no 1º Ciclo. Boa ideia se as crianças aprendessem Português!

- Escolaridade obrigatória durante doze anos! Fantástica ideia se os jovens soubessem a tabuada e determinar o valor de 28/10 sem utilizarem a máquina de calcular e no futuro o Magalhães.

- "Avaliação" de "professores"! Óptima ideia, mas será que estão mesmo a ser avaliados, ou o objectivo é fazer acreditar a população que assim é?

Quanto a Júlio Pedrosa, não é ele que defende a aprovação automática de todos os alunos até ao 9º ano de escolaridade?

Este é o país real, o resto são contos de Natal...

28 de fevereiro de 2009 às 00:33  

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