25.2.09

Alves Redol - Passatempo com prémio

NO SEGUIMENTO dos passatempos que aqui se fizeram a propósito de E. Veríssimo, Eça, Camilo, Aquilino, R. Brandão, J. R. Miguéis e F. Namora, aqui fica este:
«Se tivesse de recomendar um livro de Alves Redol a alguém que nunca tivesse lido nada dele, qual escolheria - e porquê?».
O prémio, para a melhor resposta dada até às 20h de 1 Mar 09, será um exemplar de «Uma Fenda na Muralha», oferta da Livraria Santiago.
NOTA: os concorrentes a este passatempo deverão, também, enviar para
sorumbatico@iol.pt a resposta à seguinte pergunta: «Qual o n.º de telefone da livraria que oferece o prémio?» (ver, p. ex., na página respectiva).
Actualização (2 Mar 09/11h35m): depois de muito matutar, os dois elementos do júri decidiram: atribuir o 1.º prémio a Maria Manuel, que receberá o livro indicado; o 2.º a António, a quem vai ser enviado «Apontamentos para ler "Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos"»; finalmente, Rosa Brava receberá um livro-surpresa. Têm agora 48h para escreverem para sorumbatico@iol.pt, indicando morada para envio.

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8 Comments:

Blogger ROSA BRAVA said...

Alves Redol foi um escritor carismático dentro dos ideais da época em que viveu. Dos três livros que li, recomendaria talvez "Muro Branco", pois considero que se reporta a um tema que se mantém actual; a nossa sociedade luta por "imitar" Miguel Rico, que de tudo fez para chegar ao topo. Não interessam muito os meios, mas tão só e apenas os objectivos. Se considerarmos o período em que viveu e relermos agora essa obra, poderemos constatar: " Onde é que eu já li isto?" E agora não precisaremos de um Alves Redol, basta abrirmos os jornais. Como as "técnicas" para "subir" na vida são muito mais sofisticadas, o resultado é bem melhor que esse "novo rico", descrito por Alves Redol.

25 de fevereiro de 2009 às 12:32  
Blogger Matrioska said...

Recomendo «Os Avieiros».
Tal como Alves Redol, descendo dos Avieiros. A história da vida daquelas pessoas, retratada por ele na perfeição, espelha bem a luta pela sobrevivência em tempos de crise, de fome, de sacrifício, da lida com o rio que tanto dava mas que também tirava. Alves Redol viveu com eles para os conhecer melhor e poder escrever tão bela narrativa. Por isso é tão real, tal e qual como me contava a minha avó.
Recomendo também pela sua originalidade e pureza de escrita, sempre actual.

25 de fevereiro de 2009 às 13:31  
Blogger Unknown said...

Está uma referência ao seu/vosso blogue no seguinte endereço:

http://fait-divers.blogs.sapo.pt

25 de fevereiro de 2009 às 13:56  
Blogger Carlos Antunes said...

Tenho de recomendar o "A Barca dos Sete Lemes".
É quando a sua escrita deixa de ser tão declaradamente marxista e o seu estilo lhe permite continuar a denunciar as dificuldades do homem comum no subtexto, ganhando a sua prosa em qualidade.
É o seu primeiro romance onde as personagens têm verdadeiramente vida e personalidade; onde se interroga do lugar de cada um no Mundo, na Vida e na Morte.
Fala-se da Solidão, do Destino (quase como condenação).
Temas eternos, universais, mas tratados na realidade nacional.
Um mimo, verdadeiramente!

27 de fevereiro de 2009 às 15:42  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Enviado por e-mail por "Verdugo":

Marés é Alves Redol no seu melhor. Com o seu estilo factual, Redol ilustra neste livro a mentalidade das pessoas humildes e exploradas do início do século XX português, bem como o trilho daquele que labuta sol a sol para alcançar um dia o sonho de uma vida melhor, sem, no entanto, olhar para o passado, e por isso não dar o devido valor aos que como ele, e agora às suas ordens, passam pela mesma luta, pela mesma opressão, pela mesma exploração. Redol consegue mesmo assim ir mais além no seu retrato: o estado psicológico e as reacções contraditórias de quem vê toda uma vida de luta e trabalho a ser desmoronada.
Será só Alves Redol que vê assim a vida!? Será que isto não passa de um livro e de ficção!? Será que não ilustra a realidades de tantos Portugueses!?
Alves abriu-nos a pestana, descreveu-nos em Marés uma realidade nossa, agora pensemos nela e como a mudar.

28 de fevereiro de 2009 às 20:15  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Enviado por e-mail por Cláudia Ralha:

Se eu tivesse de recomendar um livro deste autor recomendaria o livro "Barranco de Cegos". É considerado a obra prima do autor, é uma história que se real.
Este livro não se foca na critica política mas sim nas personagens. É uma evolução na escrita do autor. É um livro que pertence a uma fase em que o autor se preocupa mais com a maneira de escrever, com as personagens, o desenrolar da intriga, do que propriamente com a critica.
Um livro fantástico na minha opinião.

28 de fevereiro de 2009 às 22:14  
Blogger Maria Manuel Magalhães said...

Para uma primeira leitura recomendaria, sem qualquer dúvida, Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos. Primeiro que tudo porque a temática do livro é sobretudo o sonho, o sonho de um menino que, apesar de não gostar de ir à escola, e de ser guardador de vacas, transporta consigo o sonho de ser serralheiro. Uma história em que o mais importante é sonhar, sonhar e sonhar cada vez mais. Este foi dos primeiros livros que li quando ainda era uma criança, e que ia requisitar os livros à biblioteca itinerante da Gulbenkian. E quando era da idade de Constatino também sonhava em alcançar todos os meus desejos, todos os meus sonhos. Felizmente, ainda os continuo a querer concretizar.

28 de fevereiro de 2009 às 22:47  
Blogger Unknown said...

Barranco de Cegos – A obra-prima de Alves Redol

Este romance faz transparecer a luta interior e exterior de Diogo Relvas, um ribatejano de ideologia conservadora pertencente a uma classe dominante, que pretende a todo custo resistir ao progresso imposto pela Industrialização. Alves Redol centra-se, desta forma, cada vez mais nas personagens e na sua evolução psicológica. Para além disso, esta narrativa é uma óptima caracterização da burguesia ribatejana, do pensamento e do seu estilo de vida na época. O autor dá-nos então a conhecer divisão existente entre esta classe (tal e qual como ainda existe hoje em todas as classes): entre os liberais e os absolutistas, entre os republicanos e os monárquicos, entre os rurais e os urbanos. O relato narra as desventuras de uma família, cujas diferentes gerações apresentam distâncias e diferenças cada vez maiores entre elas.
Uma obra que se pode compreender como uma forte crítica ao governo, deixa antever neste excerto, uma realidade que se pode aplicar nos dias que correm:
“ …façam todas as loucuras já que estão loucos, caminhem para o abismo já que estão cegos, mas não nos arrastem para o barranco dos cegos e dos loucos…”.

Uma obra a não perder!

1 de março de 2009 às 10:26  

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