8.2.09

José Rodrigues Miguéis - Passatempo com prémio

NO SEGUIMENTO dos passatempos que aqui se fizeram a propósito de Erico Veríssimo, Eça, Camilo, Aquilino e Raul Brandão, aqui fica este:
«Se tivesse de recomendar um livro de José Rodrigues Miguéis a alguém que nunca tivesse lido nada dele, qual escolheria - e porquê?».
O prémio, para a melhor resposta dada até às 20h de 12 Fev 09, será um exemplar de «O Passsageiro do Expresso», de «As Harmonias do 'Canelão'» ou de «Léah e Outras Histórias».
Actualização (21h05m): o júri deu a seguinte pontuação: Vanessa Casais .. 4 pontos; Domingos .. 4 pontos; António .. 3 pontos; Dmia .. 2 pontos. Como só há 3 livros para atribuir, pede-se aos 3 primeiros classificados que, nas próximas 48h, escrevam para sorumbatico@iol.pt indicando qual a sua preferência (por ordem decrescente) e morada para envio. Obrigado a todos/as.

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10 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

NOTA: A obra de JRM não tem vindo a ser reeditada, pelo que é muito difícil encontrar certos títulos.

Os que, hoje, se oferecem como prémios são exemplares já antigos, um pouco manuseados, embora não em 2ª-mão.

8 de fevereiro de 2009 às 12:14  
Blogger Domingos said...

Instintivamente, somos levados a recomendar, a quem nunca teve contactos com um autor, precisamente a obra que nos levou a interessar-nos pela sua obra. Proporcionar a outrem os mesmos factores de sedução que nos conquistaram. No caso de Rodrigues Migueis, "Léah e Outras Histórias" (que são todas boas histórias mas de que é hábito salientar "Saudades para D. Genciana").
Aí as pessoas irão encontrar, em primeríssimo lugar, uma prosa escorreita, elegante e interessante aliada a uma simpatia humana realmente notável.

8 de fevereiro de 2009 às 13:52  
Blogger Domingos said...

Sobre reediçõrs de JRM, encontrei, recentemente, uma reedição da "Escola do Pasraíso" em livro de bolso, da D. Quixote.

8 de fevereiro de 2009 às 13:54  
Blogger Carlos Antunes said...

A minha recomendação recai sobre "Uma Aventura Inquietante", um policial intrigante como todos os bons policiais devem ser, mas que tem também duas importantes reflexões correndo paralelamente a essa mesma intriga.
A da denúncia do burlesco que é a arbitrariedade da Justiça (a lembrar, embora em registos distintos, o que Kafka fez n'O Processo) e a da denúncia dos maus hábitos do português que despreza o seu país até que longe dele (a personagem expatriada na Bélgica) lhe sente a falta por se ver mal tratado.
É um bom ponto de partido, simultaneamente "entretido" (não é a palavra exacta mas fica) e reflexivo.
E, a nível de escrita, deve dizer-se que tudo o que JRM escreveu é de uma qualidade sem discussão possível.


PS - Acho que houve um engano com a data do final do passatempo, caro Medina Ribeiro.
Um abraço!

8 de fevereiro de 2009 às 18:16  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Alex HAL,

Tem razão. Ao pensar em 5ª-feira, escrevi 5 em vez de 12.
Já emendei.

Obrigado!

8 de fevereiro de 2009 às 20:05  
Blogger Vanessa Casais said...

Eu recomendaria Escola do Paraíso, porque nele Rodrigues Miguéis descreve com uma exactidão imagética, muito ao género de Eça, a realidade social vivida em Lisboa no pós implantação da República. Neste romance Rodrigues Miguéis faz-nos vivenciar as mudanças vividas na capital, ao mesmo tempo que nos delicia com uma caricatura caustica e satírica dos usos e costumes da então pequena burguesia. Natural de Alfama o autor deixa sempre impressa nas suas obras a marca da sua vivência na capital e com alguém dizia da sua visão toldada do Tejo sobre os telhados.

9 de fevereiro de 2009 às 21:29  
Blogger mariazita said...

"Saudades para Dona Genciana"

Por retratar os conflitos e absurdos da psicologia humana, o suspense ficcionado…. Miguéis representa aquelas tensões sobre um fundo moral que seria certamente o mesmo que o moveu para a intervenção cívica e jornalística. É talvez o livro que melhor sintetiza a encruzilhada de várias tendências com um intimismo de atitude que lhe perfila a escrita no tom da melancolia.

9 de fevereiro de 2009 às 22:23  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Um leitor enviou-me por mail o seguinte:

«Sugira "O Homem que Sorri à morte com meia cara".É fantástico! No Português admirável e na viagem interior pelo género humano».

10 de fevereiro de 2009 às 20:13  
Blogger Unknown said...

Se nunca leram José Rodrigues Miguéis, aconselho "Gente da Terceira Classe".
Este livro relata a sua experiência na viagem marítima para os E.U.A, que lhe permitiu contactar com emigrantes portugueses, traduzindo o sonho desfeito no seguinte excerto:

"Ao partir, levavam consigo ao menos uma esperança: agora nem isso lhes resta. Muitos deles, com o sonho, seu único luxo, perderam por lá a saúde e a força de trabalho, que era toda a sua riqueza."

Através deste pequeno excerto, podemos compreender que foram tempos muito difíceis, que permitiram ao escritor aprofundar o seu sentido crítico ao escrever sobre a realidade humana e a visão da pobreza que através dela deixa transparecer.

11 de fevereiro de 2009 às 23:28  
Blogger dmia said...

Dada a conjuntura sócio económica em que nos encontramos nada melhor para principiantes que ler "Arroz do Céu". Embora se trate apenas de um conto infanto-juvenil é sem dúvida pedagógico e um exelente meio de transmitir valores, repudiando o frenesim consumista em que vivemos. Uma prosa simples mas rica em criar imagens que nos fazem ver para além das palavras.

12 de fevereiro de 2009 às 18:38  

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