6.2.09

A Quadratura do Circo - Os tristíssimos portugueses

Por Pedro Barroso
O CENÁRIO JÁ É HABITUAL. Passa-se no meu bairro mas poderia acontecer em qualquer ponto do país. Música de fado em fundo. Coisa canalha, de faca e alguidar.
Abre o pano. A senhora que conversa ao balcão com o último e moribundo merceeiro de bairro não tem outra conversa, outra matéria. Ela lamenta-se. Choraminga, funga e expõe a sua vida sem pudor.
Não tem motivos, de resto, conforme pode ver-se, para se vangloriar de nada. A vida está difícil; a reforma não dá para os medicamentos; os filhos labutam lá longe; a neta, apesar de licenciada em não sei quê de recursos humanos, está desempregada; a casa está a cair mas o senhorio está mais pobre que ela e não tem dinheiro para fazer nada. As paredes da casa onde vive estão rachadas e os esgotos sem arranjo.
(...)
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