5.2.09

Metro em hora de ponta

Por Alice Vieira
“ACHAS que ele é o meu destino?”
A carruagem do metro vai cheia e eu penso que é bom - neste tempo de desgraças diárias, de fraudes verdadeiras e inventadas a rebentarem a toda a hora – haver alguém que, numa tarde de chuva, esteja mais interessado nos desígnios dos astros do que nas chatices terrenas.
“Achas que ele é o meu destino?”, repete, mas a amiga limita-se a encolher os ombros e então ela desata num discurso perfeitamente ininteligível, com números e mapas e conjunções de planetas e, com o ar sério das verdades indiscutíveis, garante à outra que nunca sabe em que tempo está, há alturas em que de repente é levada para 2034 (não sei se a data terá algum significado), e depois volta e depois recua séculos, sempre, sempre assim.
(...)
Texto integral [aqui]

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Credo!
Que gente é esta?

O texto é fabuloso.

Cumprimentos

5 de fevereiro de 2009 às 13:13  

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