3.2.09

O voto dos emigrantes - Passatempo com prémio

PS, PCP, BE e PEV pretendiam acabar com o voto por correspondência dos emigrantes nas eleições legislativas. Cavaco Silva não concorda, e explica detalhadamente porquê - v., p. ex., [aqui] ou [aqui].
Como o assunto é importante, aqui fica ele à discussão. Na imagem, vê-se a capa do livro-prémio destinado ao melhor comentário que venha a ser feito aqui até às 20h do próximo sábado, dia 7.
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Actualização (7 Fev 09/20h40m): consultados 2 elementos do júri, foi decidido premiar R. da Cunha e Alex-Hal. O primeiro dos dois que, em "comentário", escrever «Quero eu!» receberá o livro aqui indicado. O outro receberá um livro-surpresa. Isso deverá ser feito nas próximas 48h.

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13 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Aqui fica uma "dica/provocação":

Cavaco diz que acabar com o voto por correspondência aumentaria a abstenção.

É claro que sim, e é por isso que a ideia é boa!

Aliás, acho que até devia haver medidas para promover o voto em branco - que é aquele que eu tenciono, mais uma vez, usar.

3 de fevereiro de 2009 às 21:08  
Blogger Florêncio Cardoso said...

Umas vezes pé-ante-pé, outras vezes a passos de gigante, os deputados "do povo" afastam-se de quem os elegeu e neles confiou. Agora nem sequer disfarçam.

3 de fevereiro de 2009 às 21:59  
Blogger R. da Cunha said...

A maioria dos emigrantes não se encontra recenseada e muitos que o estão, é na sua terra de origem. E, dos recenseados, a maioria abstem-se, por isso nem se podem queixar muito. Por outro lado, a verdade é que o voto por correspondência permite a fraude generalizada (não afirmo que a mesma se verifique). O que creio ser mais acertado é que os emigrantes reclamen condições para exercerem o seu direito de voto nos locais (ou próximos) onde residem. É caro? Pois será, mas parece-me o mais acertado. Também as campanhas que os partidos fazem pelas mais importantes colónias ficam caras, mas os candidatos vão lá.

3 de fevereiro de 2009 às 23:10  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Umas "dicas", antes de me ir deitar:

Então esses partidos conviveram bem com 30 anos de "fraudes"?

Então se há fraudes nos transportes públicos (gente sem bilhete), o que é que se faz: melhora-se o sistema, ou fecham-se as carreiras?

O que está em causa aqui não terá um efeito simbólico tremendo, de afastamento? Não ficarão os emigrantes a pensar (ainda mais!) que, por cá, só querem o dinheiro das suas remessas?

Numa altura em que, pelo mundo fora, se discute (e muitos usam) o voto electrónico (não presencial) vamos no caminho oposto(forçando o presencial)?

O que me parece é outra coisa:
Como os votos da emigração são, normalmente, da área da direita, a esquerda quer dificultá-los e a direita quer facilitá-los.
___________

Já agora: o meu filho, para votar, (dado que está recenseado em Lisboa e a trabalhar temporariamente em Lagos) vai ter de fazer (e por cada eleição!) 650 km.
Não seria lógico poder votar (mesmo que presencialmente) numa qualquer assembleia local?

3 de fevereiro de 2009 às 23:34  
Blogger R. da Cunha said...

Caro CMR,
Não curo de saber a quem aproveita o voto presencial. Concordo, porém, que devia ser faciliatado o voto. Aliás, creio que o único voto por correspondência só é válido para as legislativas, o mesmo não sucedendo para as Europeias, Autárquicas e Presidenciais. Pois venha o cartão de voto!
Nota: não falei em fraudes, mas em possibilidade de fraudes.

4 de fevereiro de 2009 às 01:03  
Blogger Luís Bonito said...

Pela lei agora vetada eu terei que viajar 3 horas (ou mais) de carro para votar (e depois mais 3 horas para regressar).
Um coisa é ter o direito a votar e essa votação estar disponível de modo acessível. Outra é, com base em eventuais fraudes, (e como o Carlos muito bem referiu nenhum partido se queixou até agora), tornar o voto tão inacessível que é quase como outro modo de retirar o tal direito fundamental.
Parece-me que no fundo a questão é sempre a mesma: as pessoas gostam de alterar as regras dos jogos a seu favor.
Se não, veja-se a posição (pró e contra) dos diversos partidos.

4 de fevereiro de 2009 às 09:48  
Anonymous Anónimo said...

Não se percebe porque é que não implementam o voto electrónico. Assim, as probabilidades de fraudes seriam muito poucas.
Um sistema bem montado que iria facilitar o direito ao voto de milhares de cidadãos que se vêm obrigados a deslocar muitos quilómetros. Cidadãos que se encontram hospitalizados no dia de voto. Cidadãos que têm muitas dificuldades de mobilização. Variadíssimas situações impeditivas deixariam de o ser.
Porque é que tal ainda não é feito?

Sugiro a leitura do livro "Inforfobia" do Eng. Medina Ribeiro.

4 de fevereiro de 2009 às 23:53  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

1- O que é curioso é que o próprio programa do PS prevê a implementação (no futuro) do Voto Electrónico!

2 - Leia-se o Editorial de hoje do DN, um jornal insuspeito de estar ligado à Oposição...:


«As eleições têm de ser muito mais fáceis

A decisão do Presidente da República de vetar a alteração da Lei Eleitoral para a Assembleia da República no voto dos emigrantes foi no sentido de evitar aquilo que seria um recuo face ao que os países mais desenvolvidos têm implementado na gestão da democracia. É verdade que os emigrantes já estão obrigados ao voto presencial nas eleições presidenciais e nas europeias, só que nesses dois casos existe um círculo nacional único. Nas eleições legislativas há dois círculos para os portugueses que residem no estrangeiro: Europa e Fora da Europa. No total, os emigrantes elegem quatro deputados - que em muitos casos podem ser decisivos e ter uma palavra a dizer na formação de uma maioria absoluta - que devem preocupar-se com os problemas da diáspora.

Impor o voto presencial aos emigrantes nas legislativas era esquecer que este Governo reduziu em muito o número de consulados espalhados pelo mundo e era ainda ignorar que o sistema poderia evoluir para o voto electrónico. Porque essa será a reforma de futuro: facilitar os votos e as eleições, aumentar a participação política e reduzir a abstenção».

5 de fevereiro de 2009 às 11:21  
Blogger Carlos Antunes said...

Quando vemos que são muitas vezes os emigrantes que mais se preocupam com este país, que pela própria condição de distância se interessam e se envolvem ainda mais do que nós que o vivemos (ou sofremos) a cada dia, é inconcebível pensar que o seu voto viesse a ser desconsiderado e eliminado da maneira que teria sido.

A possibilidade de fraude vem agora à mente dos que outrora beneficiaram dos votos dos emigrantes.
É medo, então, que rege esta proposta?
O medo de perder a maioria absoluta que tanto pedem?

Eu confesso, sempre votei.
Da primeira vez que lá fui - calhou mesmo bem, ainda tinha os 18 anos frescos - votei branco.
Estava-me a "cagar" para aqueles símbolos com o quadrado branco ao lado.
Para mim era tudo a mesma canalhada e diziam-me tanto como um compêndio de doenças exóticas.
Hoje continuo a "não me importar" (mudam-se as idades, mudam-se os verbos) com esta gente, mesmo que me importe os resultados das suas políticas.
Só se for lá para a Junta ou para a Câmara é que voto com interesse, que já sei que o candidato que mora na minha rua lá vai arranjando os esgotos.

Os emigrantes, pelo contrário, ainda vêem o país como um todo, preocupam-se, pensam, sentem este rectângulo na ponta da Europa.
Retirem-lhe os votos e então com que ficamos?
Mais dia menos dia ficamos com os votos somente dos próprios candidatos, pois aos emigrantes retiram os votos e aos portugueses só lhes aumentam a indiferença.
Depois é que vai ser divertido.




Sobre o voto electrónico, acho uma boa ideia, mas aconselho a que primeiro se veja e se ironize sobre o assunto com o filme O Homem do Ano.
Isto para evitar qualquer entrada de ânimo leve nesse sistema!

6 de fevereiro de 2009 às 11:37  
Blogger mariazita said...

Aos nossos emigrantes só tenho a dizer que, no nosso belo País, muitos dos seus conterrâneos a única coisa que anseiam mesmo receber e não por correspondência, é mesmo as poupançazinhas dos anos de suor e trabalho!
Não tarda nada para poderem votar, serão incentivados a colocar o voto, em branco claro, juntamente com a poupança em algum offshore…

6 de fevereiro de 2009 às 14:57  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Não é por acaso que está medida "dificultadora do voto" é sugerida pela esquerda e combatida pela direita.

Há um aspecto muito importante de que, nestes casos, se evita falar, mas que todos os políticos e analistas conhecem bem:

As dificuldades de voto favorecem a esquerda, pois os seus adeptos são muito mais militantes.
A abstenção dos simpatizantes e militantes do PCP e de BE, p. ex., é baixíssima.

Essa discussão aparece sempre que há eleições que podem ser marcadas em alturas de férias, pontes, etc.

Na Itália, onde o voto é obrigatório, esse facto sempre foi relacionado com as vitórias, durante décadas, da Democracia Cristã. Se não fossem obrigados a votar, muitos cidadãos abstinham-se. E as classes mais propensas à abstenção são as mais acomodadas, as da burguesia que vota à direita ou ao centro.

O PS veio agora com esta (assim como a do casamento entre pessoas do mesmo sexo, o que há pouco tempo rejeitava) como tentativa de ganhar um par de deputados que lhe possam a garantir a maioria absoluta que vê escorregar por entre os dedos.

7 de fevereiro de 2009 às 11:35  
Blogger Carlos Antunes said...

Quero eu!


Um abraço a todos!

7 de fevereiro de 2009 às 20:44  
Blogger Carlos Antunes said...

PS - E até amanhã que vou ver o Revolutionary Road!

7 de fevereiro de 2009 às 20:44  

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