4.2.09

Crónica das palavras

Por Baptista-Bastos
HÁ MUITO SE PERDEU a noção de que as palavras têm honra. Políticos servem-se delas para mentir, ocultar, dissimular a verdade dos factos e as evidências da realidade. Mas também escritores e jornalistas as debilitam e as entregam às suas pessoais negligências. Não é, somente, uma questão de gramática e de estilo; mas é, também, uma questão de gramática e de estilo. Há escritores e jornalistas que o não são à força de o querer ser. A confusão instalou-se, com a cumplicidade leviana de uma crítica pedânea e de um noticiário predisposto a perdoar a mediocridade e a fraude.
As palavras possuem cores secretas, odores subtis, densidades ignoradas. O discurso político conduz-nos ao nojo da frase. Pessoalmente, tento limpar o reiterado registo da aldrabice e da ignorância com a releitura dos nossos clássicos. (...)
Texto integral [aqui]

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4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

De facto a escrita em Portugal é cada vez mais medíocre. Os temas pouco o nada interessantes. Temos muito bons escritores na blogosfera que não são reconhecidos pelas editoras, não vende. Apenas os números interessam. Partem de pressupostos errados estes editores. Entraram num ciclo da porcaria. É triste.

Gostava muito de saber a sua opinião em relação ao Acordo Ortográfico.

Cumprimentos

4 de fevereiro de 2009 às 12:16  
Anonymous Anónimo said...

As palavras há muito que perderam o seu significado. Cada vez mais se aplicam de uma forma leviana e pouco reflectida. Fala-se tando de "crise" disto e daquilo, e é a Língua Portuguesa, que, sem dúvida, se encontra em crise.

4 de fevereiro de 2009 às 14:24  
Blogger Ritinha said...

Em que língua estará redigido o contrato de cedência de casas camarárias?
Será em "palavras de honra" ou palavras para "dissimular a verdade dos factos e as evidências da realidade"?
Sim, este é um comentário "pedâneo".

4 de fevereiro de 2009 às 16:42  
Blogger R. da Cunha said...

Bem sei que a lista não é exaustiva, mas falta lá um termo de uso muito recente, mas muito utilizado: imparidade. Confesso que gosto particularmente desta palavra, palavra.
Retiro de uma notíca do JN, sobre um julgamento: «"Pelas facturas, em vários dias, chegaram a haver quatro refeições entre almoços e jantares!", disse o causídico». Quem fala assim não é gago, digo eu.

4 de fevereiro de 2009 às 18:22  

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