MUITAS VEZES, quando um cronista não sabe o que há-de escrever, recorre a um velho truque: disserta acerca da "terrível folha em branco que tem na frente", acabando por fazer uma "crónica acerca de crónicas" - como a carta de Eça a Pinheiro Chagas em que ele 'confessa' a incrível história do Bey de Tunis.
Da mesma forma, é possível contar anedotas acerca de contadores de anedotas, realizar filmes acerca de filmes, escrever livros acerca de livros, etc.
Na mesma linha, e acerca do caso Freeport, aí temos agora (e como já sucedeu de muitas outras vezes - demasiadas!) investigações sobre as investigações - ou meta-investigações, se o uso do prefixo é apropriado.
Tudo bem; mas com esse vício de desviar de atenções do essencial para o acessório... será que se chegará a alguma "meta"?
Etiquetas: CMR
4 Comments:
A ilustração dá a resposta.
Ponha aí um prémio para se adivinhar a data em que se conheça o resultado da "investigação interna". Quanto ao principal é melhor nem afixar prémio.
Será que há cabala, urdidura ou conspiração?
Quem permitiu as fugas de informação?
Porque á que "a coisa" aparece agora?
E, inversamente, porque é que esteve tudo parado durante anos?
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Tudo isso pode ser questionado e até investigado.
O que não pode é passar a ser O PRINCIPAL.
E o principal diz-se em poucas palavras: queremos saber a verdade toda - e nada menos do que isso.
E, já agora, depressa, sff.
Faço minhas as suas palavras.
essa da "folha em branco" é chão que já não dá uvas: ninguém lhe pega pois é fruta já sem validade.
transposto, mantenho a afirmação mesmo que nas bancas apareçam caixas de fruta assim. o seu destino é apodrecerem ou irem para auto-consumo
carlos gil
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