Reféns da democracia
Por António Barreto
A PROPÓSITO DA ELEIÇÃO do próximo Provedor de Justiça, todos os termos foram já utilizados. Estranho. Grave. Preocupante. Uma vergonha. Todos são adequados. Nascimento Rodrigues, que desempenhou com brio e independência o seu cargo, terminou o mandato há oito meses. Desde então, os dois maiores partidos, PS e PSD, têm vindo a discutir a sua substituição. Como é o segundo mandato do actual Provedor, não pode ser reconduzido. A escolha do candidato que se segue fica na dependência de um voto parlamentar com maioria qualificada de dois terços dos deputados. Isto obriga a um entendimento entre partidos. O que podia ser fácil transforma-se num pesadelo democrático. (...)
Texto integral [aqui]
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I Parte
Com paciência, isenção e tenacidade
os Provedores mostraram compostura,
a falta de salutar civilidade
é uma marca da nossa cultura.
A actual democracia
idolatra a intriga imoral,
reinando a iliteracia
de natureza visceral!
O juízo seria valorizado
sem estas quezílias políticas,
o mexilhão urbanizado
não tolera mentes monolíticas!
II Parte
São mais negras frustrações
do que verdes esperanças,
as rosáceas ilustrações
deixam vis lembranças.
Este jardim rosado
de indolor fragrância,
deixa o mexilhão arrasado
com tanta manigância!
Epílogo
Tudo querem comer,
para tudo controlar,
isto está a apodrecer
com os “socialistas” a malhar.
Os gregos criaram a tragédia
há milénios já passados,
nós criámos esta comédia
por políticos atrasados!
A comédia é boa para rir
quando ela tem graça,
o mexilhão gosta de se divertir
para espantar a sua desgraça!
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