2.6.09

O Presente, o Passado recente e o Futuro

Por António Barreto
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A CRISE acabou!
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Esta frase pode surpreender muitas pessoas, que poderão até considerar que é uma provocação ou que estou a fazer graça. Acreditem que não. É a sério. E é exactamente o que eu penso.
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Se a crise iniciada o ano passado, no segundo semestre, teve um certo número de características e ameaçou realmente o mundo inteiro de colapso financeiro, económico e institucional, já as não tem hoje e já não ameaça da mesma maneira. Há seis ou oito meses, era perfeitamente razoável recear uma falência explosiva dos sistemas e dos ordenamentos financeiros, sociais e políticos. Creio que passámos muito perto de um desastre maior.
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É minha convicção que não corremos esse risco. Há sinais evidentes de que o pior fluxo de perigos e ameaças já cessou. Há indicadores que revelam uma lenta retoma, aqui e ali. Há a demonstração de que alguns governos (os mais capazes, os mais fortes, os mais corajosos) tomaram “o assunto em mãos”, com soluções rápidas, mesmo se não foram exaustivas nem definitivas. Há instituições, públicas e privadas, que resistiram à prova e mostraram uma bem-vinda solidez. Mas, sobretudo, há sinais de que a confiança voltou. Confiança dos cidadãos e consumidores, confiança dos agentes económicos, das empresas e das instituições públicas. Mas também confiança de todos nas instituições públicas. E este ponto é essencial: se a confiança voltou, a crise acabou. E esta confiança, essencial para se viver com alguma estabilidade e para se trabalhar em paz, não foi decretada: voltou porque os cidadãos, os consumidores e os produtores, fizeram os seus cálculos e as suas previsões. Algumas medidas oficiais e políticas de governos ajudaram, mas foi nos cidadãos que a confiança regressou. (...)
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Texto integral [aqui]

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4 Comments:

Blogger A said...

Admito que já existem sinais (muuuuuuuiiiiiiittttttttoooo ligeiros)de que a tempestade já passou... Agora não foi de certeza o grupo de Dupond e Dupond deste governo que ajudou a melhorar o estado a que isto chegou!

2 de junho de 2009 às 20:09  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Austeriana,

Durante alguns minutos, houve um pequeno problema na 2ª parte do texto (que está no Jacarandá).

Já está corrigido.

2 de junho de 2009 às 21:00  
Blogger Manuel Brás said...

Perdemos com a teimosia
que atrofia a lucidez,
no mundo da fantasia
a ilusão corre com fluidez.

O culto da liberdade
e o espírito de iniciativa,
edificam uma sociedade
muito mais objectiva.

A confiança é fundamental
para superar as dificuldades,
o desapego ao tecto estatal
desenvolve as comunidades.

2 de junho de 2009 às 22:59  
Blogger Sepúlveda said...

Enquanto estivermos reféns de uma justiça coxa não facilitada a todos e o Estado e autarquias gastarem à vontade sem reais objectivos de rentabilidade, o único futuro é de buraco financeiro com a dívida sempre a crescer para pagar os juros anteriores. O TGV só se pode fazer se for dar dinheiro, sem contar com os bilhetes subsidiados. Ou será melhor reabilitar a linha do Alfa Pendular? Auto-estradas só se causarem crescimento, porque dinheiro dão sempre muito, mas é só no sentido indivíduo-Brisa, o que não conta realmente para o país.

A confiança precisa de uma Justiça verdadeiramente eficaz/rápida (quando não é uma não é outra e dá origem a desperdícios para todos) e esta depende por sua vez de uma boa máquina legislativa que não temos.

Se o turismo rende é por haver massas (classes médias) que têm dinheiro para gastar. Mas até poderíamos dizer que isso deixamos para os vizinhos... Urge criar condições para termos estâncias balneares (não de luxo mas pelo menos bem planeadas e integradas no que já temos) em muita da nossa costa, até na Costa da Caparica para servir fluxos nacionais e estrangeiros da capital.

Quanto ao salto do sector primário para o terciário, parece-me bom mas cheira a país de terceiro mundo em evolução, que felizmente está ao lado de países mais desenvolvidos que lhe servem de muleta quase indefinidamente. Mas é preciso sair dessa posição.
Temos também de rentabilizar investimentos e ter sectores de desenvolvimento tecnológico de ponta ou liderar centros de estudos avançados nas mais diversas áreas, mas que dependem sempre de termos ensino rigoroso e de excelência. Se não, vamos ter só sítios onde trabalha o nosso músculo sob gerência de intelecto (e propriedade) estrangeiro.

Os formidáveis crescimento e evolução referidos por AB são mudanças fundamentais mas afinal são só o caminho do absolutamente inaceitável para o democraticamente inaceitável. Estamos a esmorecer face aos interesses e a lutas partidárias que muitas vezes têm somente o objectivo de manter tudo mais ou menos igual, normalmente para menos para o comum Zequinha.

Há que retomar os pensamentos de mdança. Algumas destas coisas são mudanças feitas gradualmente a prazo mas outras têm de ser implementadas de uma vez. E sempre com planeamento de mais longo prazo, fundamentado em estudos, que é coisa que temos que aprender a fazer/utilizar. A crise acaba por poder ser um instrumento.

3 de junho de 2009 às 16:43  

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