1.7.09

Há 90 anos, sabíamos menos sobre o passado

Por Nuno Crato

«EU DIGO-TE, apesar de a história já ser velha quando a ouvi. E o homem que ma contou já não era novo. Tinha na altura 90 anos» — é assim que Crítias começa a explicar a famosa história da Atlântida, relatada por Platão no seu diálogo Timeu. Afirma que o caso tinha sido primeiramente contado a Sólon por um «sacerdote muito velho». E que tudo se tinha passado nove mil anos antes.

Quem tenha lido o célebre diálogo de Platão não terá esquecido estas páginas sugestivas e fantásticas. Um homem velho fala de uma história que em jovem lhe tinha contado um velho, que por sua vez em jovem a tinha ouvido de um outro ainda mais velho. A idade aparece como abonatória da sabedoria e aproxima o evento histórico. Assim é habitualmente na ficção: os idosos estão mais perto do passado.

Mas é absurdo pensar que umas décadas de memória, mesmo que muitas para uma vida humana, possam trazer para mais perto de nós acontecimentos que se teriam passado há centenas ou milhares de anos. (...)

Texto integral [aqui]

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1 Comments:

Blogger Táxi Pluvioso said...

Pode saber-se sobre o passado mas isso não interessa nada. A História de Portugal, por exemplo, é um desfiar de patranhas.

1 de julho de 2009 às 13:26  

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