29.6.09

A diversificação

Por Joaquim Letria

ESTAMOS SUJEITOS ao bom e ao mau. Fazemos bem e fazemos mal. Ganhamos aqui e perdemos ali. É a vida, como dizia o outro.

Perdemos a Qimonda e vemos a Auto-Europa a escorregar-nos por entre os dedos. Uma e outra eram as nossas principais exportações. Ganhávamos o pão que amassávamos a fazer as coisinhas dos outros. Neste caso, a montar semi-condutores e automóveis alemães.

Mas se estas exportações já não rendem, temos actividades que até se mostram florescentes e em que somos do melhor que há. É o caso do convite do Supremo Tribunal de Justiça do Brasil a banqueiros e gestores das mais importantes empresas portuguesas para deporem no célebre processo de corrupção “Mensalão”, que engloba ministros e assessores de Lula da Silva, acusados de receberem dinheiros indevidos através de empresas portuguesas.

Também a Comissão de Concorrência da África do Sul veio pedir que a cimenteira portuguesa Cimpor esclarecesse as suas ligações à Afrisam, empresa controlada pela Lafarge e as circunstâncias da posse que ambas apresentam da Pretoria Portland Cement, empresa visitada pelos investigadores que ali fizeram buscas no sentido de esclarecerem o imbróglio que envolve esta empresa portuguesa e uma das suas principais accionistas, a Lafarge.

Estamos a andar para trás!? Nuns sectores, sim. Mas a gente tem muito “know-how” e somos sempre dos melhores naquilo que fazemos. E que bem diversificamos! Em ilícitos e irregularidades, como se vê, já damos cartas.

«24 horas» de 29 de Junho de 2009

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