Dito & Feito
Por José António Lima
BEM PODE José Sócrates garantir a pés juntos que nada sabia sobre a entrada da PT na TVI e que em nada interfere na linha de informação da televisão dirigida por José Eduardo Moniz. Ninguém o leva a sério.
Não tem o Governo uma golden share na PT? Não se interessou em esclarecer as notícias que vinham há dias nos jornais apontando o negócio da PT com a Media Capital? Não é ele quem, obsessivamente e sem descanso, vem atacando a TVI, desde a insólita declaração no Congresso do PS, passando pela desnorteada entrevista à RTP da «caça ao homem» e acabando na involuntariamente reveladora intervenção no Parlamento, na quarta-feira, em resposta ao CDS: «Está preocupado com alguma coisa? Ou acha que a linha editorial da TVI se deve manter tal como está, não tirarem de lá ninguém?!». Foi o primeiro-ministro no seu melhor. E sem rodeios.
Sócrates tem um conceito restrito e utilitário de liberdade de imprensa e independência da informação. Vê qualquer crítica ao seu desempenho ou à sua pessoa como uma injúria, qualquer apreciação negativa do Governo socialista como uma ofensa, quaisquer factos incómodos e mal esclarecidos do seu passado como calúnias. É a sua lógica, simplista e redutora, mas útil.
E a entourage socratista não tem pruridos nem escrúpulos em utilizar o poder na aplicação desse conceito. Pressionando e condicionando accionistas, receitas de publicidade, financiamentos na banca. Ameaçando com processos judiciais. Sabem-no bem os responsáveis do SOL, do Público ou da TVI.
É o estilo Chávez, o exemplo do seu amigo que vê a democracia como a eternização no poder, e se empenha a fechar televisões e a silenciar vozes incómodas.
O afastamento de Moniz só poderia ser explicado por razões políticas. Porque não há argumentos empresariais que a Media Capital possa invocar contra quem levou a TVI a uma lucrativa e consolidada liderança das audiências. Só faltaria colocarem no seu lugar Emídio Rangel, por agora arrumado numa prateleira televisiva de S. Bento. E que se transformou numa espécie de Augusto Santos Silva de segunda, mais primário na defesa cega de Sócrates e menos fluente na oratória. Aí fechava-se o círculo. E começava o circo.
BEM PODE José Sócrates garantir a pés juntos que nada sabia sobre a entrada da PT na TVI e que em nada interfere na linha de informação da televisão dirigida por José Eduardo Moniz. Ninguém o leva a sério.
Não tem o Governo uma golden share na PT? Não se interessou em esclarecer as notícias que vinham há dias nos jornais apontando o negócio da PT com a Media Capital? Não é ele quem, obsessivamente e sem descanso, vem atacando a TVI, desde a insólita declaração no Congresso do PS, passando pela desnorteada entrevista à RTP da «caça ao homem» e acabando na involuntariamente reveladora intervenção no Parlamento, na quarta-feira, em resposta ao CDS: «Está preocupado com alguma coisa? Ou acha que a linha editorial da TVI se deve manter tal como está, não tirarem de lá ninguém?!». Foi o primeiro-ministro no seu melhor. E sem rodeios.
Sócrates tem um conceito restrito e utilitário de liberdade de imprensa e independência da informação. Vê qualquer crítica ao seu desempenho ou à sua pessoa como uma injúria, qualquer apreciação negativa do Governo socialista como uma ofensa, quaisquer factos incómodos e mal esclarecidos do seu passado como calúnias. É a sua lógica, simplista e redutora, mas útil.
E a entourage socratista não tem pruridos nem escrúpulos em utilizar o poder na aplicação desse conceito. Pressionando e condicionando accionistas, receitas de publicidade, financiamentos na banca. Ameaçando com processos judiciais. Sabem-no bem os responsáveis do SOL, do Público ou da TVI.
É o estilo Chávez, o exemplo do seu amigo que vê a democracia como a eternização no poder, e se empenha a fechar televisões e a silenciar vozes incómodas.
O afastamento de Moniz só poderia ser explicado por razões políticas. Porque não há argumentos empresariais que a Media Capital possa invocar contra quem levou a TVI a uma lucrativa e consolidada liderança das audiências. Só faltaria colocarem no seu lugar Emídio Rangel, por agora arrumado numa prateleira televisiva de S. Bento. E que se transformou numa espécie de Augusto Santos Silva de segunda, mais primário na defesa cega de Sócrates e menos fluente na oratória. Aí fechava-se o círculo. E começava o circo.
«SOL» de 26 de Junho de 2009
Etiquetas: autor convidado, JAL
1 Comments:
Sócrates revela aqui mais uma vez a sua verdadeira face de político manhoso, que não recua perante nenhuma tramóia de que julgue tirar benefício.
Resulta baldado o seu esforço recente de vestir pele de cordeiro.
Pior, no entanto, é a perda de credibilidade na autonomia empresarial da PT.
Dirão os seus distintos Gestores que, também aqui, foi o Mercado que determinou a sua acção empresarial ?
Aonde pode levar a promiscuidade dourada !
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