Carlos, o chato…
Por Joaquim Letria
O FUTURO CARLOS III de Inglaterra é um homem que se bate pelas suas convicções. Defensor do clássico, não pára de combater tudo o que considere os defeitos do modernismo e as maldades do “hight Tech”. A última batalha do príncipe de Gales é a oposição à remodelação das Chelsea Barracks, em cima do Tamisa e do outro lado do jardim onde durante anos vivi, em St. Leonard’s Terrace. O arquitecto Lord Rogers quer modernizar aquele vasto quartel para uma sociedade imobiliária do Qatar ligada à família reinante no emirato.
Fiel ao vidro e ao aço, Rogers, a quem se deve o centro Pompidou e a sede da Lloyds, com Renzo Piano, concebeu um ambicioso projecto para cinco hectares no coração chic de Londres. Kensington e Chelsea têm de autorizar aquilo para que o emir já felicitou o seu arquitecto. E aí Carlos entra em cena.
Numa carta dirigida ao emir Ben Kalifa Al-Tany, o príncipe herdeiro aconselha-o a escolher o projecto de Quinlan Terry, adepto de materiais tradicionais como o tijolo e a pedra.
Lord Rogers não se ficou, até por ver os seus milhões a andarem para trás. Numa carta aberta, acusou Carlos de ignorância em matéria de arquitectura e denunciou “os privilégios de nascimento que lhe permitem curto-circuitar o processo democrático do urbanismo”.
Cá, estas coisas são muito mais fáceis. É consultar o Júdice, adjudicar à Mota Engil, entregar ao Vieira de Almeida, pedir dinheiro ao Espírito Santo e mandar a Quercus fazer o levantamento dumas aves de ninho no Alentejo.
O FUTURO CARLOS III de Inglaterra é um homem que se bate pelas suas convicções. Defensor do clássico, não pára de combater tudo o que considere os defeitos do modernismo e as maldades do “hight Tech”. A última batalha do príncipe de Gales é a oposição à remodelação das Chelsea Barracks, em cima do Tamisa e do outro lado do jardim onde durante anos vivi, em St. Leonard’s Terrace. O arquitecto Lord Rogers quer modernizar aquele vasto quartel para uma sociedade imobiliária do Qatar ligada à família reinante no emirato.
Fiel ao vidro e ao aço, Rogers, a quem se deve o centro Pompidou e a sede da Lloyds, com Renzo Piano, concebeu um ambicioso projecto para cinco hectares no coração chic de Londres. Kensington e Chelsea têm de autorizar aquilo para que o emir já felicitou o seu arquitecto. E aí Carlos entra em cena.
Numa carta dirigida ao emir Ben Kalifa Al-Tany, o príncipe herdeiro aconselha-o a escolher o projecto de Quinlan Terry, adepto de materiais tradicionais como o tijolo e a pedra.
Lord Rogers não se ficou, até por ver os seus milhões a andarem para trás. Numa carta aberta, acusou Carlos de ignorância em matéria de arquitectura e denunciou “os privilégios de nascimento que lhe permitem curto-circuitar o processo democrático do urbanismo”.
Cá, estas coisas são muito mais fáceis. É consultar o Júdice, adjudicar à Mota Engil, entregar ao Vieira de Almeida, pedir dinheiro ao Espírito Santo e mandar a Quercus fazer o levantamento dumas aves de ninho no Alentejo.
«24 Horas» de 14 de Agosto de 2009
Etiquetas: JL
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