5.8.09

Quem garante?

Por Joaquim Letria

SOU FREGUÊS DA FERTAGUS desde que esta pôs comboios a andar entre a Avenida de Roma e o Fogueteiro. Era um excelente serviço ferroviário que se tem degradado muito com o prolongamento da carreira até Coina e Setúbal o qual, nas horas de ponta, transforma comboios suburbanos em transporte de sardinhas em lata.

A intromissão crescente nas linhas da Fertagus de comboios da CP também interfere gravosamente na exploração da linha da ponte, assim como a falta de transportes locais nas estações da margem sul não corresponderá aos cadernos de encargos com que os accionistas se propuseram ganhar o monopólio.

Mas agora pergunto: o transporte anual na linha da ponte de 300 mil toneladas de combustível derivado do petróleo, iniciado pela Takargo, da Mota-Engil, que passou a andar, para cá e para lá, com as máquinas a diesel mais pesadas de Portugal, a rebocarem de cada vez 26 contentores com toneladas de carga, é seguro para os passageiros da Fertagus e para os automobilistas da ponte? Quem o garante? O ministro Lino diz alguma coisa, ou “jamé”?

Jorge Coelho deixou o governo de Guterres por causa da tragédia da ponte de Entre-os Rios. Não gostava que tivesse de abandonar a Mota-Engil para se afastar de outro “desastre natural”, desta vez na ponte sobre o Tejo.

«24 horas» de 5 de Agosto de 2009

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1 Comments:

Blogger AMFreitas said...

No ano do meu nascimento, ocorreu a abertura da "ponte Salazar" - agora conhecida como "ponte 25 de Abril", e será sempre conhecida como "Ponte sobre o Tejo" - foram efectuados testes de carga com camiões carregados para medir a capacidade da estrutura e outros parâmetros relevantes que nesse tempo eram considerados importantes na qualidade de uma infraestrutura.

Quando foram realizadas as obras de alargamento da via (4 para 5 faixas) e mais tarde a preparação da estrutura de suporte do Comboio de 2 vias (inicialmente era uma) vi/li que toda a ponte foi redimensionada e reforçada a sua estrutura. Estava presente nos cadernos de encargos (e foi essa uma das razões de tão elevado custo) essas especificações, e inclusive limitações de nº máximo de composições em tabuleiro, limites de velocidade veicuso e comboios e ainda restrições quanto à oscilação pelos ventos e chuvas.

Fico satisfeito pela existência desses requisitos e especificações que acredito terem sido cumpridas, mas a sua pergunta faz todo o sentido... será a Estradas de Portugal, O Gabinete ferroviário, algum Instituto de Conservação de Pontes e afins... Quem será??

PS: Que foi feito do famigerado relatório sobre todas as Pontes/travessias do Pais.. Tivemos um ano a encerrar Pontes e depois...

PSS:A memória do povo é curta, mas quando falam dos assuntos, todos nós nos lembramos de alguns detalhes da história, senão da história toda...

Cumprimentos
AMFreitas

6 de agosto de 2009 às 09:58  

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