4.8.09

O verbo facturar

Por Joaquim Letria

OS ASSESSORES DO GOVERNO fizeram uma tal restolhada para ninguém falar nisto que acabei por tomar conhecimento e rir às bandeiras despregadas quando se me deparou o desaforo.

Queriam então os rapazinhos que se não falasse, nem se mostrasse, um ministro a dar uma daquelas calinadas de superministro. E como o ministro é da área da matemática, o pontapé só poderia ser, em princípio, na gramática. Isto até se aprende na segunda oportunidade para o 9.º ano. Se o rapaz sabe que 2 +2 são 4, tem problema com os verbos.

Neste caso foi nos substantivos, que ainda é mais raro. Mas está longe de ser um caso virgem. Ainda tenho gravado o Catroga a dizer que o Governo “interviu” em vez de “interveio”.

Desta vez foi Teixeira dos Santos, o das Finanças e Economia, a falar das “malcriadezas” do chefe do governo regional da Madeira, suponho eu a querer referir-se às má-criações com que Jardim amiúde nos premeia.

Quem diz “malcriadezas”, por muito que perceba de números, não pode ficar muito bem visto, a menos que esteja a imitar o ex-ministro Jorge Coelho, que conjugou o verbo haver com um “hádem” tão glorioso que foi parar à Mota Engil a conjugar o verbo facturar. Nada mau!

«24 horas» de 4 de Agosto de 2009

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3 Comments:

Blogger Manuel Brás said...

Um político a restolhar
é sinónimo de asneira,
é uma forma de malhar
sem eira nem maneira.

São tantas más-criações
de políticos faustosos,
com verbais erudições
de vocábulos aparatosos!

O glorioso verbo facturar
conjugado por milhões,
é motivo para bradejar
os políticos brincalhões.

4 de agosto de 2009 às 22:00  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

E que tal os "contróis" (plural de controle...) com que hoje nos brindou o senhor da Protecção Civil?

4 de agosto de 2009 às 23:37  
Blogger rouxinol said...

Na última viagem que a Senhora da Educação fez àAssembleia da República, brindou-nos também com um tal "interviu"... Assim sendo, já não fico admirado com nada...
Cumprimentos

5 de agosto de 2009 às 02:48  

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