10.9.09

Uma arte ao alcance de poucos

UM EXEMPLAR deste divertido livro (da autoria de um tal Albert) será atribuído a propósito das mais recentes declarações de Alberto João Jardim, nomeadamente o «Fuck them!»:

Os leitores são desafiados a pronunciarem-se acerca do tema (tanto pode ser sobre o referido cavalheiro, como sobre a arte do insulto, em geral).

Aqui ficam algumas 'dicas':
  • Não insulta quem quer, só quem pode - um insulto só é eficaz se reforçar uma superioridade pré-existente de quem insulta sobre quem é insultado. Uma bojarda atirada por um grunho, um labrego ou um carroceiro pode irritar, mas não tem qualquer significado real e esquece-se depressa.
  • Uma senhora disse - salvo erro - a Churchill que, se fosse mulher dele, lhe deitaria veneno no café. Ele respondeu que, se fosse marido dela, o tomaria com todo o gosto.
  • Freud disse algo como: Quando Pedro diz mal de Paulo, fico a saber mais sobre Pedro do que sobre Paulo.
O passatempo terminará às 20h do próximo dia 13. Quem não tenha conta Google, poderá enviar os seus textos para sorumbatico@iol.pt até 30m antes da hora-limite.
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Actualização (14 Set 09/10h05m): depois de muito matutar, foi possível fazer uma classificação, mas que obrigou a procurar um 2.º exemplar do livro. Arranjou-se um, mas não em tão bom estado como o 1.º. Assim: o exemplar em melhor estado seguirá para Mg; o outro para Dana_Treller; um "surpresa" para Nunormg. Chama-se a atenção de Mg e Dana para o facto de o livro ser grande, não cabendo numa caixa de correio normal.

10 Comments:

Blogger Pedro Tomás said...

Um reconhecido orador é interrompido no seu discurso por alguém que anonimamente lhe atira um pequeno papel.

Ele interrompe o discurso, desembrulha o papel que tinha apenas uma palavra: "Estúpido".

Ele faz uma pausa e diz para toda a audiência:

- Já me insultaram muitas vezes sem assinarem por baixo, mas é a primeira vez que recebo um papel sem insulto e com a assinatura de quem o escreveu.

10 de setembro de 2009 às 12:35  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

O livro original é belga, pelo que que o palhaço/Rei-do-Carnaval (que se vê na imagem da direita) não é piada a...

Mas nunca se sabe!

10 de setembro de 2009 às 14:38  
Blogger FR said...

Palhaço... não é piada a ....

:-)))
he he he he he....

Parabens pelo excelente sentido de humor

10 de setembro de 2009 às 17:52  
Blogger Carlos Antunes said...

Nos tempos em que o Parlamento Inglês tinha, além da britânica dignidade um fino sentido de ironia, os oradores degladiavam-se buscando a originalidade do insulto, cada um com um comentário mais mordaz do que o seu opositor.
Lá dentro eram opositores a darem o melhor de si com a mais fina ironia. Cá fora eram concidadãos e convivas.
O insulto servia, para além de dar colorido à discussão, para aliviar a carga confrontacional que ameaçava espalhar-se à vida comum.
(Ainda recentemente, no filme Amazing Grace, pudemos ver alguns exemplos disso mesmo.)

Nos EUA há um jantar onde propositadamente o presidente participa para fazer de humorista, ironizando consigo mesmo e com os outros.
"Insultando" ("brincando com") de forma perfeitamente inócua mas nem por isso menos certeira.
É uma chamada de atenção, uma forma de fazer saber aquilo que o presidente pensa e pretende (ou aquilo que o povo pensa e pretende) de forma calma, como se tudo ali fosse uma piada de circunstância, mas com um subtexto sério e não negligenciável.

Por cá, temos um palhaço permanente - embora só assim se vista durante a semana do Carnaval - que insulta quem quer, como quer e onde quer, sem respeito nem sequer pelo horário nobre onde a asneira não é, geralmente, tolerada.
O seu partido, que muito se ofendeu com a criancice que são "uns corninhos", nada diz, porque senão vai perder o apoio e os votos dos espectadores da tenda do circo que este palhaço ocupa.
E o insulto continua a circular na vida política portuguesa sem a mínima classe.
O próximo passo para este palhaço é arrotar em público e rir-se alarvemente.

10 de setembro de 2009 às 23:09  
Blogger dana_treller said...

Todos os anos alunos madeirenses (e dos Açores, já agora) vêm estudar para o continente ao abrigo de um continente ao abrigo de um contingente 'especial' que lhes permite entrar na universidade (na generalidade dos casos) com médias muito inferiores àquelas a que os alunos do continente estão sujeitos. Isto acontece mesmo com os cursos que existem já nas ilhas (veja-se o exemplo flagrante dos recentemente abertos cursos de medicina nas ilhas). Para além do contingente 'especial', estes podem ainda usufruir de subsídios e condições especiais, uma vez que as viagens de e para casa são (de facto) bastante caras.

Para os alunos do continente que vão estudar nas ilhas não há qualquer contingente especial... Para os alunos do continente que vão estudar nas ilhas não há qualquer tipo de subsídio para ajudar nas despesas com as viagens (apesar dos preços serem os mesmos)...

E esta é só uma das muitas formas de insulto a que temos vindo a ser sujeitos pela Madeira (e não só) desde há muito tempo. É talvez aquela com que mais tenho contactado, daí a minha indignação.

Não me interpretem mal, tenho vários amigos das ilhas e não é contra o povo que me volto... É contra os palhaços que apesar de 'explorarem' a gente do continente ainda cospem no prato onde comem!

"Fuck them!" E eis a classe e a verdadeira natureza daquele que os governa. A única questão é: porque continuamos a ser tão permissivos...

13 de setembro de 2009 às 19:42  
Blogger Mg said...

Se houvesse figura que me causasse alguma comichão, essa figura seria, concerteza, Alberto João: um jardim de alarvidades, má-educação, rudeza e prepotência.

Senhor para ganhar tudo quanto é eleição, mantém – ou vai mantendo - o povo da terra na linha (grossa fatia dos madeirenses dependem do Governo Regional), e impede os seus compadres políticos do Continente de se insurgirem (o respeitinho pelos votos assim obriga…) contra palavras e actos que, vindos de um qualquer Ministro ou Secretário de Estado seriam motivo imediato para pedido de cabeça e demissão.

Quanto aos restantes, bom… a Madeira tem autonomia e, por muito que se proteste, esbraceje ou insurja contra essa figurinha medíocre da nossa praça, dirá Alberto João que também é autónomo e não depende dos continentais para nada (esquecendo-se que, mesmo que os “continentais” não votem na Madeira, são seus contribuintes) e que, portanto, só presta contas aos Madeirenses.

Como os Madeirenses lhe vão dando trela, lá vamos tendo, de quando em vez, espectáculos lamentáveis de circo.

De nome, é um Jardim; em termos comportamentais é quase uma fossa. Mas é o que temos…

Pior que isso, ninguém tem mão no homem, pelo que o dito faz e diz o que lhe apetece, sem respeito de espécie algum pelas figuras e instituições da nossa sociedade (sejam elas quais forem), com as quais decida embirrar, ou enfrentar.

Coisa que me faz confusão é a prepotência e a arrogância de quem chega a determinado patamar, graças a alguém (neste caso, os eleitores) e que, depois de lá chegado perde todo o sentido de decência, de integridade, de humildade e boa-educação.

Há muitos por aí. Alberto João não é situação virgem. Mas, quanto à má-criação e à brejeirice, o todo-poderoso da Madeira é expoente máximo, batendo, de longe, a sua concorrência directa. E nós lá o vamos aguentando…

Não me recordo do que era essa triste figura há 30 anos, mas concerteza que não terá começado a ganhar eleições mandando os seu eleitores “àquele” sítio.

Assim sendo, por estas e por outras, ao próximo grito de ameaça de autonomia entregava-lhe, sem pestanejar, o seu pedaço de terra.

Até gostava de ver o sr. AJJ a viver do Carnaval, do Turismo e das bananas.

E que divertido seria passar a ver um palhaço prepotente a fazer macaquices, de cacho de banana na mão, só para granjear alguma atenção e uma ou outra moedita que lhe pudesse cair a seus pés.

Haja decência. Haja respeito.
E, sobretudo, o bom senso de não cuspir no prato que lhe deu – e dá – de comer.

13 de setembro de 2009 às 19:46  
Blogger Unknown said...

A arte do insulto...
Necessidades básicas:
- Ser capaz de dizer qualquer barbaridade, mantendo o porte altivo de quem tem a razão arrumada entre as costelas;
- Situar-se numa posição de estabilidade tal que, mesmo que o insulto faça ricochete, não se desequilibre;
- Reagir a insultos da outra parte como se tivesse sido esfaqueado num dos flancos ao mesmo tempo que lhe pisavam os joanetes;
- Conseguir reinar em qualquer situação séria ou de extrema folia, tornando-se o maior dos foliões;
- Ter a interna certeza absoluta e inabalável de que se tem sempre razão e que o alvo dos insultos mereceria muito mais!

13 de setembro de 2009 às 19:56  
Blogger MTeresa said...

O insulto pode ser refinado, subtil ou bruto. Pessoalmente, embora ache que insultar não é o melhor caminho, a ter de escolher opto pelo insulto subtil (tal como a resposta de Churchill deu à senhora que fora desagradável com ele).... pelo menos os que estão de fora sempre se podem rir com a subtileza.

Os oradores mais astutos e com o dom da palavra terão facilidade em converter um insulto em elogio ganhando ainda para si o apoio dos presentes desarmando o seu interlocutor.

Não deixa de ser curioso o facto de que uma das primeiras coisas que se aprende quando se começa a aprender uma nova língua são os palavrões! Pode-se não saber pedir um copo de água (a mimica resolve por certo), mas temos de saber insultar os que nos rodeiam! Não vão eles desconhcer a mimica de Bordalo.

13 de setembro de 2009 às 19:59  
Blogger MTeresa said...

Este comentário foi removido pelo autor.

13 de setembro de 2009 às 19:59  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Agora, vamos esperar pela decisão do júri.

13 de setembro de 2009 às 20:36  

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