Morrer longe
Por Joaquim Letria
NA SEMANA PASSADA tive ocasião de aqui fazer eco das palavras dum médico do Porto que defendia operações cirúrgicas em ambulatório. Cortar, abrir, extirpar, cozer e mandar para a casa, que nos hospitais é onde mais doenças se arranjam. Atar e pôr ao fumeiro.
O médico administrativo queixava-se ainda dos otorinolaringologistas, que colaboravam menos e não estavam a aprender a lição, mas, dizia ele, era uma questão de tempo, pois começavam a reconhecer as vantagens do novo sistema.
Pois esta semana vêm dizer que num semestre houve 183 mortes por altas prematuras, o que representa 8% das mortes na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, ou seja, de 2292 pessoas, 183 morreram por os tirarem cedo demais dos hospitais.
O próprio Ministério da Saúde admite a possibilidade de altas médicas prematuras nos hospitais, comprovadas pelas mortes ocorridas nos primeiros dez dias de reinternamento, o que “indicia uma referenciação inadequada”.
Claro que as companhias de seguros e os administradores hospitalares adoram ver os doentes a saírem e a irem morrer longe. Ninguém dá com estes números no focinho do ilustre “piqueno” clínico no Norte e o manda rapidamente para casa? Merecia.
NA SEMANA PASSADA tive ocasião de aqui fazer eco das palavras dum médico do Porto que defendia operações cirúrgicas em ambulatório. Cortar, abrir, extirpar, cozer e mandar para a casa, que nos hospitais é onde mais doenças se arranjam. Atar e pôr ao fumeiro.
O médico administrativo queixava-se ainda dos otorinolaringologistas, que colaboravam menos e não estavam a aprender a lição, mas, dizia ele, era uma questão de tempo, pois começavam a reconhecer as vantagens do novo sistema.
Pois esta semana vêm dizer que num semestre houve 183 mortes por altas prematuras, o que representa 8% das mortes na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, ou seja, de 2292 pessoas, 183 morreram por os tirarem cedo demais dos hospitais.
O próprio Ministério da Saúde admite a possibilidade de altas médicas prematuras nos hospitais, comprovadas pelas mortes ocorridas nos primeiros dez dias de reinternamento, o que “indicia uma referenciação inadequada”.
Claro que as companhias de seguros e os administradores hospitalares adoram ver os doentes a saírem e a irem morrer longe. Ninguém dá com estes números no focinho do ilustre “piqueno” clínico no Norte e o manda rapidamente para casa? Merecia.
«24 horas» de 23 de Setembro de 2009
Etiquetas: JL
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