Traduções
Por Joaquim Letria
HOJE EM DIA, uma palavra, em princípio, não desencadeia uma guerra, mas uma palavra em falso arruína a graça duma boa piada. Foi o que sucedeu entre Hillary e Lavrov, o seu homólogo russo.
Hillary ofereceu ao russo um ipod que tinha uma palavra a vermelho a seguir à lista dos temas de discussão entre os dois: Irão, Afeganistão, Coreia do Norte, Territórios Ocupados, Tratado do Desarmamento. Essa palavra deveria ser “reset”, mas o que apareceu em russo foi “sobrecarga”. Uma má tradução arruína uma graça ou o prazer da leitura, como sucede, com preocupante frequência, entre nós.
António Pedro Vasconcelos queixava-se há dias de diversos assassínios do castelhano em diferentes traduções para a nossa língua. E como exemplo, entre outros descuidos, citava o título do filme “Rosemary’s Baby” que entre nós se chamou “A semente do Diabo” e que a tradutora crismou de “O bebé de Rosemary”. Eu, por outro lado, tropecei num livro do Gay Talese cuja tradutora tem uma grave deficiência que a impede de diferenciar “emigrante” de “imigrante” e “sobre” de “sob”.
Com livros caros, tradutores destes e sem revisores de texto, mando vir pela net edições originais ou traduções em espanhol, francês ou inglês que são mais baratas e poupam-me disparates deste quilate, como os desta menina para quem “muitos” são “imensos”.Não distingue as diferenças do por baixo ou por cima e do que entra do que sai, além de confundir quantidade com tamanho. Valha-nos Deus!
HOJE EM DIA, uma palavra, em princípio, não desencadeia uma guerra, mas uma palavra em falso arruína a graça duma boa piada. Foi o que sucedeu entre Hillary e Lavrov, o seu homólogo russo.
Hillary ofereceu ao russo um ipod que tinha uma palavra a vermelho a seguir à lista dos temas de discussão entre os dois: Irão, Afeganistão, Coreia do Norte, Territórios Ocupados, Tratado do Desarmamento. Essa palavra deveria ser “reset”, mas o que apareceu em russo foi “sobrecarga”. Uma má tradução arruína uma graça ou o prazer da leitura, como sucede, com preocupante frequência, entre nós.
António Pedro Vasconcelos queixava-se há dias de diversos assassínios do castelhano em diferentes traduções para a nossa língua. E como exemplo, entre outros descuidos, citava o título do filme “Rosemary’s Baby” que entre nós se chamou “A semente do Diabo” e que a tradutora crismou de “O bebé de Rosemary”. Eu, por outro lado, tropecei num livro do Gay Talese cuja tradutora tem uma grave deficiência que a impede de diferenciar “emigrante” de “imigrante” e “sobre” de “sob”.
Com livros caros, tradutores destes e sem revisores de texto, mando vir pela net edições originais ou traduções em espanhol, francês ou inglês que são mais baratas e poupam-me disparates deste quilate, como os desta menina para quem “muitos” são “imensos”.Não distingue as diferenças do por baixo ou por cima e do que entra do que sai, além de confundir quantidade com tamanho. Valha-nos Deus!
«24 horas» de 11 de Setembro de 2009
Etiquetas: JL
1 Comments:
A aplicar-se esses enganos à vida íntima dessa senhora, é fazer corar o próprio Marquês de Sade.
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