O “Grammy” da Maria João
Por Joaquim Letria
MARIA JOÃO PIRES, a nossa melhor pianista, foi nomeada para os “Grammy” deste ano, o qual pode vir a conquistar, ainda que enfrentando duas outras pianistas, uma violinista e uma guitarrista de arco de enorme cartel. Maria João Pires está a residir no Brasil, desde o triste episódio de Belgais, e daí parte para as suas digressões triunfais e para os concertos de grande êxito nas melhores salas do mundo.
Por cá, até parece que a gente não a conhece e muitos fingem-se desgostosos com o desabafo de supermercado, acerca de mudar de nacionalidade, tão difíceis são as condições de vida e de trabalho no nosso País onde tão maltratado e injustiçado se acaba por ser.
Se Maria João Pires conquistar este Grammy, ao qual não se concorre e cuja atribuição se não agradece nem recusa, vamos ver aí muitos “amigos íntimos” da pianista a extravasar apreço, satisfação, alegria e patriotismo. Aqueles que agora tentam manchá-la de lama, denegrindo a sua obra na Beira, sem a qual muitas crianças deixam de sonhar e de contar para um Portugal melhor. Possivelmente, os mesmos que também dizem que Cristiano Ronaldo não faz falta à selecção e que acham que boas contas são as da quadrilha que lhes engorda a família a pão-de-ló.
«24 horas» de 7 de Dezembro de 2009.MARIA JOÃO PIRES, a nossa melhor pianista, foi nomeada para os “Grammy” deste ano, o qual pode vir a conquistar, ainda que enfrentando duas outras pianistas, uma violinista e uma guitarrista de arco de enorme cartel. Maria João Pires está a residir no Brasil, desde o triste episódio de Belgais, e daí parte para as suas digressões triunfais e para os concertos de grande êxito nas melhores salas do mundo.
Por cá, até parece que a gente não a conhece e muitos fingem-se desgostosos com o desabafo de supermercado, acerca de mudar de nacionalidade, tão difíceis são as condições de vida e de trabalho no nosso País onde tão maltratado e injustiçado se acaba por ser.
Se Maria João Pires conquistar este Grammy, ao qual não se concorre e cuja atribuição se não agradece nem recusa, vamos ver aí muitos “amigos íntimos” da pianista a extravasar apreço, satisfação, alegria e patriotismo. Aqueles que agora tentam manchá-la de lama, denegrindo a sua obra na Beira, sem a qual muitas crianças deixam de sonhar e de contar para um Portugal melhor. Possivelmente, os mesmos que também dizem que Cristiano Ronaldo não faz falta à selecção e que acham que boas contas são as da quadrilha que lhes engorda a família a pão-de-ló.
NOTA: foi actualizado o blogue Arroz Doce, com a crónica Faca na Liga desta semana.
Etiquetas: JL
2 Comments:
Confesso que nunca tinha visto a expressão "guitarrista de arco". Estará certa? Não haverá aqui uma confusão entre "guitarra" e "viola"?
É verdade que em Portugal se chama correntemente "viola" à guitarra clássica e que, para evitar confusões, se chama, por vezes, "viola de arco" à viola propriamente dita. Não quereria, portanto, Joaquim Letria escrever "violista de arco"?
Como modo de contornar completamente esta trapalhada, muita gente chama "violeta" à viola de arco e assim já não há mais confusões. Consequentemente, um intérprete de violeta é chamado "violetista". Não poderia então Joaquim Letria escrever «uma violetista de enorme cartel»?
Tem o Sr. Fernando Ribeiro toda a razão!Trata-se dum lapso meu, inadvertido,e sem a pertinente observação do Sr. Fernando Ribeiro nunca a detectaria.Claro que me referia à viola de arco,como a que há anos toca em Paris a Anabela Chaves.Já violeta não sei se seria apropriado,pois creio haver diferenças no som da violeta e da viola(ambas de arco)tal como há entre o oboé e o clarinete.Muito obrigado e as minhas desculpas aos leitores.
Joaquim Letria
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