5.9.10

Alguém viu este filme?


RECENTEMENTE, um bom amigo recomendou-me, e com alguma insistência, este filme, mas sem entrar em explicações acerca dele. Quando eu soube que era um filme argentino e vi os cartazes, só não pensei que fosse um melodrama sul-americano porque quem mo sugeriu não o faria se assim fosse. Pois bem. Acabei por ir vê-lo; e não só não me arrependi, como o recomendo vivamente.
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O título justifica-se porque, no decorrer da investigação de um violento crime sexual, aparecem duas fotografias em que um certo indivíduo se torna suspeito por olhar de maneira libidinosa para a vítima. E acaba por ser uma determinada forma de olhar ("o segredo dos seus olhos") que conduz, por um acaso, à identificação e detenção do assassino em circunstâncias rocambolescas.
Contudo, e ao contrário dos policiais do costume, a história não acaba com essa prisão nem mesmo com a posterior condenação, pois o criminoso acaba por ser solto em troca de colaborar na caça aos subversivos (a acção decorre no tempo da ditadura militar), libertação essa que abre um novo capítulo na história, como se houvesse um reset.
O mistério só é completamente desvendado 25 anos depois, e o final do filme (inesperado, como mandam as boas regras da arte) deixa-nos, porventura, bem pensativos acerca das coisas da justiça...

4 Comments:

Blogger Catarina said...

Vi esse filme há talvez uma semana. Também eu o recomendo vivamente. O desfecho foi uma surpresa! Como Sandoval disse, ninguém vive uma vida vazia; toda a gente tem uma “paixão” que o(a) move.
Ontem vi um filme de Luca Guadagnino,”Io Sono Lámore” . Vale a pena ver embora não seja tão intenso como o anterior.

5 de setembro de 2010 às 20:53  
Blogger Catarina said...

"Io Sono L'Amore"

5 de setembro de 2010 às 20:55  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

E aquela sequência ("traveling"?) do estádio, começada de longe e a acabar na bancada (depois de passar pelo jogo)?

E a cena de 'suspense' do assassino (já solto e 'na mó de cima', protegido pelo poder) no elevador, sozinho com os magistrados que o haviam metido na cadeia?

E as vezes que pensamos que o assassino foi o marido?

E a cena do amante de futebol, no bar, a descodificar as cartas em termos futebolísticos?

5 de setembro de 2010 às 22:33  
Blogger Catarina said...

O altruismo de Sandoval, a cena do carro com o porta-bagagem aberto que nos faz pensar: “Mas afinal a “pena” foi muito rápida... “ e ... o desenlace romântico! : )

5 de setembro de 2010 às 23:26  

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