4.9.10

O nosso Alzheimer esqueceu Torres

Por Ferreira Fernandes

QUANDO José Torres morreu, ontem, já se tinha esquecido de nós. Também nós nos tínhamos esquecido dele. Mas há uma injustiça nesta comparação. Alguma vez teve ele razões para falar de nós, de olhos acesos e agradecidos? Não, nunca lhe demos nada. Já o contrário não é verdade. Uma noite do Outono de 1965, estou na Luz, no meu primeiro jogo ao vivo pelo clube que me fizera agradecido ao futebol. Era contra o Manchester United, noite dedicada a revelar um cometa, George Best, e hora e meia de eclipse de Eusébio, Coluna, Simões e José Augusto. E estando tudo a correr mal (acabaria num desastroso 1-5), ao quarteto talentoso só importava, bola no pé, centrá-la para a única esperança, que morava, mesmo nas horas más, no alto daquele corpo pernilongo e tímido, Torres. (...)

Texto integral [aqui]

NOTA (CMR): para ilustrar esta crónica de F.F. procurei fotos do saudoso futebolista. A que mais me agradou foi esta, pois a recordação que tenho desses velhos tempos está relacionada com os saltos espantosos que ele era capaz de dar: era frequente vê-lo marcar golos chegando mais alto com a cabeça do que o guarda-redes com as mãos!

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