Iraque: mentirosos ou idiotas úteis
Por Alfredo Barroso
AO CONTRÁRIO do que hoje afirma Martins da Cruz, então Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de coligação PSD-CDS chefiado por Durão Barroso, não havia, em 2003, «um consenso generalizado sobre a existência de armas de destruição massiva (ADM) no Iraque». Tal consenso restringia-se ao trio dos Açores (Bush, Blair, Aznar), ao seu «mordomo», Durão Barroso, e a outros governantes europeus desejosos de embarcarem no comboio da invasão e ocupação ilegais do Iraque, contra o sentimento expresso pela esmagadora maioria das opiniões públicas europeias. (...)
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4 Comments:
Vi-o há dias na televisão Sic notícias) em acesa discussão com Maria José Nogueira Pinto acerca deste mesmo tema.
E acho espantoso que, de parte a parte, se continuem a esgrimir argumentos que o tempo demonstrou à saciedade estarem enferrujados.
É evidente que Bush queria invadir o Iraque e as diligências dos delegados da ONU estavam a frustar-lhe as intenções. De modo que, ao primeiro ensejo, que foi estrondoso, avançou contra o Sadam Hussein antes que ficasse provado que não havia as invocadas armas de destruição maciça.
Também só por excesso abusivo de ingenuidade se poderia ou poderá continuar a acreditar-se que os EUA iriam para o Iraque enxertar em três tempos a democracia.
Se Blair & Cª. acreditaram em algum momento nos motivos divulgados, tenho todas as dúvidas. Que eles foram, provavelmente, informados dos reais motivos já me parece mais credível. Martins da Cruz deve ter recebido uma informação qualquer num bilhete ad hoc.
E qual era (e ainda é) a razão da invasão? O petróleo. Tão simples quanto isto.
E, perguntar-se-á: mas a invasão era a melhor forma de garantir os interesses dos americanos (e os nossos, por tabela) na zona? É discutível.
O que se sabe é que, desde Carter, um pacifista, aquilo que passou a ser conhecida por "doutrina Carter" foi, é, e penso que continuará a ser ainda por muito tempo, o fundamento da estratégia dos EUA nos países do Golfo Pérsico: nenhuma acção contra os interesses norte-americanos na zona será consentida e para isso serão usados todos os meios incluindo os militares.
Se esses interesses estavam ou não em sério risco na altura, não sei. O que sei é que os EUA (e o mundo em geral) dependem das reservas petrolíferas daquela zona do globo.
Dependência essa que atinge a sua sobrevivência.
Se a Al-Qaeda (ou qualquer outro movimento radical) conseguir colocar a mão na torneira e a fechar ou ameaçar fechá-la o mundo confrontar-se-á com um conflito global com consequências dizimadoras da humanidade sem dimensões comparáveis com as dos conflitos mais mortíferos do passado.
Maquiavélico? Sem dúvida. De ambas as partes.
Nota pessoal:
A menos que tenha havido outra, e se se trata da discussão a que eu assisti (há cerca de 1 semana), julgo que foi com Teresa Caeiro.
Tambem vi essa discussão no programa do tenebroso Mário Crespo. Devo acrescentar que após a noticia do lançamento do panfleto do Blair, onde este assassino moral de tantos milhares de pessoas, ainda por cima é um cobarde traidor, pois agora que o Brown perdeu as eleições já pode dizer o pior dele. Onde está o Tribunal de Haya tão lesto a ir de noite raptar o Milosevic a sua casa sem mandato internacional e a liquidá-lo na cadeia, pois foi dado como morto sem provas? Onde está o T.H. quando Saddam Hussein foi executado em directo perante as câmaras de televisão? Este acto de barbárie para mim é comparável ao holocausto. Pois não interessa se ele era bom ou mau, para isso existe esse Tribunal para onde os Americanos e os seus capachos britânicos o deveriam ter enviado. Fariam o mesmo mas ás escondidas. Ainda me falta saber como mataram o Fisico BRITÃNICO David Lynch que apareceu morto perto de Downing Street onde morava este palhaço de sorriso plástico e devem lá ter chamado o homem para o liquidarem. Estou farta de tentar saber algo sobre isto mas ninguem me explica. Fez-se um silencio sepulcral. Onde estão os defensores dos direitos humanos para pressionarem o Tribunal de Haya para prenderem a dupla Bush/Blair, que se passeiam pelo Mundo a ganhar milhões com as suas palestras. Este é o verdadeiro Mundo Cão.
"A menos que tenha havido outra, e se se trata da discussão a que eu assisti (há cerca de 1 semana), julgo que foi com Teresa Caeiro."
Tem toda a razão.
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