15.2.11

Delongas

Por João Paulo Guerra

O PRIMEIRO-MINISTRO acusa o Bloco de Esquerda de “irresponsável” ao apresentar uma moção de censura que, na óptica do partido do Governo vai “ajudar a direita”. Pelos mesmos motivos, o CDS incrimina o Bloco de Esquerda pela intenção de ajudar o Governo. Antes mesmo de anunciar a posição oficial do partido quanto à iniciativa bloquista, o CDS declarou que não alimentará debates tácticos sobre "moções de censura inconsequentes". E até um ex-dirigente do Bloco denunciou a moção de censura como uma "manobra política absurda". O PCP apontou "contradições" na moção do BE e deixou uma pergunta: "Se há uma semana atrás uma moção seria abrir a porta à direita, então esta moção é para abrira porta a quem?".

O PSD ao mesmo tempo que vai dizendo cobras e lagartos do Governo, como frisaram os jornais prepara-se para inviabilizar a moção de censura ao Governo e "segurar" José Sócrates pela terceira vez em menos de um ano, depois de viabilizar o plano de austeridade e de avalizar o Orçamento. E o conselheiro de Estado António Capucho sublinha que não é só com moções de censura que se abate um governo: também se lhe podem pregar "rasteiras". O professor Marcelo considera "irresponsável" deixar o Governo em funções para lá do fim do ano, mas reconhece que "o PSD não está em condições de avançar já para eleições".

De maneira que, com tantos "entretantos", quando chegarem os "finalmente" da votação o mais certo é que a direita ampare o Governo do PS, tanto na moção do Bloco de Esquerda como numa eventual moção do PCP. Com tantas e tais delongas, é de pensar no seguinte cenário: um dia destes, alertados pelos vizinhos, os partidos da oposição entram na sede do Conselho de Ministros e encontram o Governo morto. Sozinho em casa e morto.
«DE» de 15 Fev 11

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1 Comments:

Blogger JARRA said...

E com as contas por pagar ...

16 de fevereiro de 2011 às 10:19  

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