Aperto
Por João Paulo Guerra
FERNANDO Nobre foi convidado por Passos Coelho, em 10 de Abril passado, para se candidatar pelo PSD, não a deputado, mas a presidente da Assembleia da República. Foi o próprio, em declarações ao Expresso, que acentuou que não era candidato a deputado, só tendo aceite o convite com o "exclusivo propósito" de ser presidente da Assembleia da República. Esta originalidade de alguém se submeter a votos do eleitorado com o objectivo único de alcançar um cargo que é votado pelos deputados, no Parlamento, começou por gerar surpresa e discordâncias na opinião pública em geral e no próprio PSD. E agora, ficou a saber-se que o parceiro da coligação de poder não vota no candidato do outro comparte. Ou seja: o líder do PSD tem pela frente o primeiro problema do seu mandato e, neste aperto, não conta com a mão do CDS.
E é de convir que o CDS terá toda a razão. Primeiro, porque em política é incorrecto contar com o ovo no recto na galinha; segundo, porque em política quem quer acordos, negoceia-os, dá e recebe; e terceiro, porque o dr. Fernando Nobre tem dado provas na sua vida política de uma volatilidade que não se sabe se ficou por aqui. Acresce a tudo isto que o dr. Nobre tem demonstrado uma grande fragilidade em sede de cultura política e do funcionamento das instituições, quando, como presidente da Assembleia da República, muito do que se lhe pede é destreza na difícil condução dos trabalhos parlamentares.
E é assim que a coligação ainda vai no adro mas já tem um problema relativamente sério. E restará saber até que ponto ficarão inquinadas as relações entre os dois parelhos se, porventura, o PSD falhar a eleição do candidato que se comprometeu a levar ao cadeirão mor de São Bento por falta de comparência do CDS.
«DE» de 17 Jun 11FERNANDO Nobre foi convidado por Passos Coelho, em 10 de Abril passado, para se candidatar pelo PSD, não a deputado, mas a presidente da Assembleia da República. Foi o próprio, em declarações ao Expresso, que acentuou que não era candidato a deputado, só tendo aceite o convite com o "exclusivo propósito" de ser presidente da Assembleia da República. Esta originalidade de alguém se submeter a votos do eleitorado com o objectivo único de alcançar um cargo que é votado pelos deputados, no Parlamento, começou por gerar surpresa e discordâncias na opinião pública em geral e no próprio PSD. E agora, ficou a saber-se que o parceiro da coligação de poder não vota no candidato do outro comparte. Ou seja: o líder do PSD tem pela frente o primeiro problema do seu mandato e, neste aperto, não conta com a mão do CDS.
E é de convir que o CDS terá toda a razão. Primeiro, porque em política é incorrecto contar com o ovo no recto na galinha; segundo, porque em política quem quer acordos, negoceia-os, dá e recebe; e terceiro, porque o dr. Fernando Nobre tem dado provas na sua vida política de uma volatilidade que não se sabe se ficou por aqui. Acresce a tudo isto que o dr. Nobre tem demonstrado uma grande fragilidade em sede de cultura política e do funcionamento das instituições, quando, como presidente da Assembleia da República, muito do que se lhe pede é destreza na difícil condução dos trabalhos parlamentares.
E é assim que a coligação ainda vai no adro mas já tem um problema relativamente sério. E restará saber até que ponto ficarão inquinadas as relações entre os dois parelhos se, porventura, o PSD falhar a eleição do candidato que se comprometeu a levar ao cadeirão mor de São Bento por falta de comparência do CDS.
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2 Comments:
Aquilo que muita gente ignora ou que não dá importância, é que, segundo a constituição, no impedimento do Presidente da República, é o Presidente da Assembleia que o substitui.
Não sei se se recordam de ouvir o Dr. F. Nobre referir nas passadas eleições para a PresidÊncia da República e já nas anteriores, Mário Soares tinha dito o mesmo, que Cavaco Silva "anda preso por cordeis).
Ora bem, a ter algum fundo de verdade, estas veladas alusões à saúde do actual Presidente da República podem conduzir-nos à hipotese de mais dia, menos dia, termos o Presidente da Assemblei da República a receber o Primeiro Ministro em Belém, às quintas-feira e a dizerem mútuamente; então e o outro senhor? estará melhorzinho...? (e uma vozinha de fundo, tipo grilo da consciência, a responder-lhes... nunca esteve muito bem!)
Como em política nem tudo o que parece é, não sei se esta teimosia de Passos Coelho, não será uma habilidade, que a ser conseguida, valerá um bom amealhar de pontos no início do campeonato que se avizinha.
Não o sendo, tornar-se-á numa derrota que tornará mais forte Paulo Portas com as respetivas consequências.
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