«Dito & Feito»
Por José António Lima
JOSÉ SÓCRATES ficou abaixo dos 28,8% de Santana Lopes em 2005, quando este saiu de cena e lhe entregou de bandeja uma maioria absoluta.
Sócrates deixa o PS com menos quase meio milhão de votos do que Ferro Rodrigues em 2002, quando uma coligação PSD/CDS, tal como agora, chegou ao Governo. Sócrates foi liminarmente afastado da liderança do Governo e do PS com uma das piores votações de sempre do partido.Nada disso o impediu de aparecer aos portugueses na noite do passado domingo, com o seu habitual autocomprazimento e um sorriso benevolente, a considerar que os 28,1% a que reduzira a base eleitoral do PS era «um resultado dignificante para o partido».
Se tivesse chegado aos 30%, abriria provavelmente garrafas de champanhe para celebrar tamanho sucesso eleitoral.
Mas, mais do que as palavras de Sócrates, foi a encenação com que rodeou o seu discurso de derrota – o truque do teleponto a disfarçar uma falsa espontaneidade, a lágrima ao canto do olho a puxar pela comoção dos apoiantes, o ar beatífico de dever cumprido – que tornou claro o artificialismo daquela última representação.
Mais do que o político que assume as consequências do desastre a que conduziu o partido – e, já agora, o país – era o actor que saía de cena. Satisfeito consigo próprio. Extraordinário...
Enquanto o PS apanha os cacos do socratismo e se prepara para uma penosa travessia do deserto, o ainda ministro Luís Amado veio defender que «a economia portuguesa precisa de um choque liberal, porque a dinâmica de integração da economia europeia foi muito subordinada a uma matriz ideológica mais liberal».
Luís Amado não podia ter escolhido epitáfio político mais certeiro para estes momentos finais do consulado de Sócrates. E nem precisou de teleponto.
«Sol» de 9 Jun 11JOSÉ SÓCRATES ficou abaixo dos 28,8% de Santana Lopes em 2005, quando este saiu de cena e lhe entregou de bandeja uma maioria absoluta.
Sócrates deixa o PS com menos quase meio milhão de votos do que Ferro Rodrigues em 2002, quando uma coligação PSD/CDS, tal como agora, chegou ao Governo. Sócrates foi liminarmente afastado da liderança do Governo e do PS com uma das piores votações de sempre do partido.Nada disso o impediu de aparecer aos portugueses na noite do passado domingo, com o seu habitual autocomprazimento e um sorriso benevolente, a considerar que os 28,1% a que reduzira a base eleitoral do PS era «um resultado dignificante para o partido».
Se tivesse chegado aos 30%, abriria provavelmente garrafas de champanhe para celebrar tamanho sucesso eleitoral.
Mas, mais do que as palavras de Sócrates, foi a encenação com que rodeou o seu discurso de derrota – o truque do teleponto a disfarçar uma falsa espontaneidade, a lágrima ao canto do olho a puxar pela comoção dos apoiantes, o ar beatífico de dever cumprido – que tornou claro o artificialismo daquela última representação.
Mais do que o político que assume as consequências do desastre a que conduziu o partido – e, já agora, o país – era o actor que saía de cena. Satisfeito consigo próprio. Extraordinário...
Enquanto o PS apanha os cacos do socratismo e se prepara para uma penosa travessia do deserto, o ainda ministro Luís Amado veio defender que «a economia portuguesa precisa de um choque liberal, porque a dinâmica de integração da economia europeia foi muito subordinada a uma matriz ideológica mais liberal».
Luís Amado não podia ter escolhido epitáfio político mais certeiro para estes momentos finais do consulado de Sócrates. E nem precisou de teleponto.
Etiquetas: autor convidado, JAL
2 Comments:
Não quer ir ver um bom filme, fazer uma viagem,enfim, algo que lhe lave a alma e o traga ao convívio dos homens bons?
Basta!
Já agora, não se importa de me oferecer uma lista dos serviços prestados ao país,por si,com reconhecimento público,pelas altas qualidades de competência,lealdade,
criatividade e independência,que tenham mudado a vida dos portugueses?
É que ás vezes dá-me a sensação de que há gente mto frustrada...
É que ás vezes dá-me a sensação de que há gente mto frustrada...
E não é que tenho a mesma sensação?
Quer fazer o obséquio de aqui deixar o seu curriculum no que reporte ao trabalho de mérito (adenda minha), competência, lealdade, criatividade e independência, que tenha mudado a vida dos portugueses? Ou simplesmente do seu piriquito, ou gato, ou cão?!
Nós agredecemos pois é com sumidades como a senhora que nós, meros espectadores apáticos, crescemos como gente informada.
[isto há com cada um...]
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