Khol
Por João Paulo Guerra
HÁ FIGURAS cuja dimensão política, cultural e humana os leva a entrar e a ficar na história, concorde-se ou não com a lógica que enforma o seu pensamento. E esse é o caso do antigo chanceler democrata-cristão da Alemanha, Helmut Khol. E há silhuetas, mais ou menos esborratadas, que estragam a fotografia do seu tempo. E esse é o caso de Angela Merkel. Claro que a convertida à democracia-cristã, depois de uma carreira profissional pública sem sobressaltos na ex-RDA, pode apresentar em seu abono o crescimento brutal da economia alemã, enquanto grande parte da Europa agoniza. A questão será convencer os seus contemporâneos que o crescimento alemão não se fez e se vai fazendo também à custa do definhamento desses outros países e da falência do projecto de construção europeia.
Helmut Khol, pelo que se lê nos jornais de ontem, é de opinião que Merkel está a arruinar e a pôr em causa a construção europeia. E a crítica, que Khol terá feito em confidência a um amigo que, por sua vez, a transformou em inconfidência para Der Spiegel, nem sequer é nova. Anteriormente, o antigo chanceler tinha já comentado que a Alemanha deveria prosseguir o seu caminho de ajudar os outros, no que toda a gente viu, e com razão, uma crítica ao papel de carrasco que Angela Merkel tem desempenhado em relação à Grécia e a outros países da zona euro. Aliás, Helmut Khol não deixou que sublinhar que ajudando os outros a Alemanha também se ajudou a si própria, no passado não muito distante.
Compreende-se a irritação de Helmut Khol. O projecto de construção europeia em que se envolveu foi uma causa de grandeza, fundada na cultura e na história de um continente. Mas isso era quando a democracia-cristã tinha valores e não apenas planos de negócios e acumulação.
HÁ FIGURAS cuja dimensão política, cultural e humana os leva a entrar e a ficar na história, concorde-se ou não com a lógica que enforma o seu pensamento. E esse é o caso do antigo chanceler democrata-cristão da Alemanha, Helmut Khol. E há silhuetas, mais ou menos esborratadas, que estragam a fotografia do seu tempo. E esse é o caso de Angela Merkel. Claro que a convertida à democracia-cristã, depois de uma carreira profissional pública sem sobressaltos na ex-RDA, pode apresentar em seu abono o crescimento brutal da economia alemã, enquanto grande parte da Europa agoniza. A questão será convencer os seus contemporâneos que o crescimento alemão não se fez e se vai fazendo também à custa do definhamento desses outros países e da falência do projecto de construção europeia.
Helmut Khol, pelo que se lê nos jornais de ontem, é de opinião que Merkel está a arruinar e a pôr em causa a construção europeia. E a crítica, que Khol terá feito em confidência a um amigo que, por sua vez, a transformou em inconfidência para Der Spiegel, nem sequer é nova. Anteriormente, o antigo chanceler tinha já comentado que a Alemanha deveria prosseguir o seu caminho de ajudar os outros, no que toda a gente viu, e com razão, uma crítica ao papel de carrasco que Angela Merkel tem desempenhado em relação à Grécia e a outros países da zona euro. Aliás, Helmut Khol não deixou que sublinhar que ajudando os outros a Alemanha também se ajudou a si própria, no passado não muito distante.
Compreende-se a irritação de Helmut Khol. O projecto de construção europeia em que se envolveu foi uma causa de grandeza, fundada na cultura e na história de um continente. Mas isso era quando a democracia-cristã tinha valores e não apenas planos de negócios e acumulação.
«DE» de 19 Julho 11
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