29.7.11

Leitura de Verão: Balsemão e Ongoing

Por Ferreira Fernandes

LUTA LIVRE entre dois poderosos grupos de imprensa: à minha esquerda, com o peso da tradição, a Impresa; à minha direita, com o peso da ambição, a Ongoing.
A coisa anda à volta de um alvo externo, a RTP, mas já meteu política (com uma vítima colateral, Bernardo Bairrão) e já meteu espiões (com um chefe da secreta que abjurou o secretismo e agora já faz capas de jornais).
Este último aspecto, claro, é o que mais me excita. Desde a II Guerra Mundial (Hotel Aviz, Avenida Palace, MI-5, Abwehr...) que não se falava tanto de espiões em Portugal. O ex-chefe do SIED, uma história de espiões tem de ter siglas, Jorge Silva Carvalho, falou para o DN e lançou-nos outra sigla, aquela para onde agora trabalha: OSS (Ongoing Shared Services).
Até agora, confesso, percebia pouco dos escândalos à volta deste caso (culpa minha por insistir em ler jornais), mas tudo se me iluminou com as três letrinhas: OSS. É que houve outra: a Office of Strategic Services, a americana OSS que por cá andou, na II Guerra, a treinar-se para ser CIA. Essa OSS dos anos 40 teve uma glória. Aliciou os notários portugueses - de cada vez que havia uma transacção de 100 contos os americanos ficavam a saber - e, no fim da guerra, a OSS tinha o rol dos testas-de-ferro que ficaram com os bens alemães. Sobre questões financeiras, aqueles espiões foram admiráveis. Chave para este livro de espionagem: ontem e hoje, do cifrado para os cifrões o caminho é curto.
«DN» de 29 Jul 11

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1 Comments:

Blogger GMaciel said...

Acerca deste assunto ouvi o seguinte comentário: "ena, isto agora já parece um país a sério, com escândalos de espiões e tudo".

Eu devo ter mostrado a cara nº 62, que é a mais estúpida que consigo fazer, porque a pessoa em questão ficou sem saber o que dizer mais e calou-se.

Pois.

30 de julho de 2011 às 19:08  

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