Aprendendo a odiar Lisboa
DA MESMA forma que, recentemente, um governante aconselhou os jovens portugueses a emigrar, também quem permite situações como esta incentiva os lisboetas a fugir de Lisboa - um conselho que, diga-se de passagem, sigo sempre que posso - cada vez com mais pena, mas também (e paradoxalmente) com mais alívio.
6 Comments:
Na foto de cima, repare-se como o Smart e a camioneta bloqueiam o acesso ao estacionamento do prédio.
Está em causa o desrespeito pelo "Art 50º", o que dá direito a uma coima que pode ir até 300 euros. O único problema é que não consta que, ali, ela tenha sido alguma vez aplicada (apesar de os carros serem sempre os mesmos).
Já agora, veja-se a actuação da EMEL num caso semelhante, não longe deste local - [AQUI].
Odiar Lisboa? Mesmo com o caos que a domina, Amo-a de paixão.
Maria
Maria,
Desculpe as perguntas:
Mora em Lisboa, ou visita-a de vez em quando? Se mora: há quantos anos, e onde?
É que eu, apesar de ter nascido noutra cidade, moro nela há 63 anos, e de dia para dia noto que fica mais caótica, mais desumana, mais porca, mais sem amor-próprio.
Parece que quem manda nela se esforça por me "ensinar" a odiar a cidade.
Daí, o título do "post".
Já agora:
É interessante saber-se onde moram os que mandam em Lisboa.
António Costa, p. ex., só recentemente se mudou para cá. Até há pouco, residia nos arredores de Sintra. E fazia ele muito bem, pois é precisamente para onde eu fujo sempre que posso.
Nesta relação de amor-ódio, Lisboa comporta-se, comigo como aquelas pessoas que queremos amar mas que cada vez no desprezam mais.
Quando é assim, chega-se a um ponto (por vezes num processo lento, como é o caso da degradação humana e física da cidade) em que a paciência se esgota.
Ultimamente, o meu coração deslocou-se de Lisboa para Sintra (vila velha e arredores de campo e praia) e para Lagos (que, apesar dos seus defeitos, ainda é uma cidade que parece receber-me com prazer).
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Escrevo estas linhas depois de umas horas passadas a percorrer (a pé, como sempre) as 'avenidas novas', a Almirante Reis, a Rua da Palma, a Rua dos Fanqueiros, a Praça da Figueira, o Rossio, o Martim Moniz, as Portas de Sto. Antão... parando aqui e acolá, entrando nas lojas, falando com as pessoas, etc.
No Largo de S. Domingos, repousando por momentos, sozinho, olhei em volta e só me apeteceu gritar: «Chiça! Tirem-me daqui!».
Meti-me no Metro (onde me avisaram da greve de amanhã) e voltei para casa.
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