AS DUAS fotos de cima foram tiradas no dia 26 de Junho, na Av. da República, em Lisboa. Estavam uns 40º de temperatura, e fez-me impressão ver este operário ali a trabalhar, sabendo-se o 'respeito' que muitos dedicam ao esforço de pessoas como ele. Estavam em causa, na altura, as tampas das caixas de visita, estupidamente recolocadas de qualquer maneira (imagem do meio). Pois bem; a foto de baixo mostra o mesmo local, como se podia ver esta tarde - 4 meses e meio depois.
Um dia destes vou dedicar um 'post' apenas àquele(s) leitore(s) que se irritam com a minha irritação. Vou transcrever alguns comentários mais significativos, e colocá-los à discussão.
Entretanto, comento apenas o seguinte:
1 - Só se preocupa com as mazelas da sua cidade aquele que a ama.
2 - Lisboa está como está (lixo, cacas de cão, estacionamento selvagem, passeios esventrados, passadeiras apagadas, polícias "invisíveis" ou inactuantes, etc) devido a 4 grupos de pessoas:
As que fazem esses "malfeitorias".
as que são pagas pelos contribuintes para as combater - mas não o fazem eficazmente (EMEL, PSP, Polícia Municipal, etc);
as que não se preocupam com essas coisas (são a maioria; população flutuante, que entra e sai da cidade todos os dias, e a quem estes assuntos não interessam nada);
Eu bem sei que "é igual ao litro" mas, já agora, aqui fica uma curiosidade em que ninguém, por estes lados, reparou:
Ao contrário do que o texto pode fazer crer, as tampas, na 3ª imagem, só aparentemente é que estão como estavam em Junho. Uma observação atenta mostra que foram rodadas, em conjunto, 180º (e, por isso, continuam mal...).
Por mais voltas que eu dê à cabeça, não estou a ver como é que outras rotações (que, não sendo de 180º. teriam de ser de 90º) e/ou permutações poderiam acertar as tampas.
Na altura (em Junho), um 2.º operário (que não se vê na foto), ao ver-me tirar a foto do meio, veio ter comigo e comentou que, de facto, havia ali alguma coisa mal.
Dizia ele que uns gajos tinham andado de volta da tampa e a tinham trocado e posto mal.
Mas, possivelmente, foi mais do que isso: Ou alguém tirou o molde e o inverteu, ou o resto da calçada é que está toda errada, ou (o que é mais certo) as tampas não são dali.
Enfim... Trata-se de uma pequena curiosidade de Lisboa, cidade onde quem se preocupa com estas minudências se arrisca ser tratado como maluco.
Gostava de saber de que terra são (ou onde vivem) as pessoas que se "irritam com a minha irritação", e se sabem o que é "estimar a sua terra".
No caso de Lisboa, de duas, uma: Ou a conhecem (calcorreando as suas ruas, como eu faço todos os dias), e são completamente insensíveis à sua degradação - e então está tudo dito; ou não a conhecem - e estão perdoados, pois não sabem do que falam.
(Claro que há ainda a possibilidade de acharem que assim é que está bem) ________
No entanto, e pensando melhor, há uma coisa em que têm razão: Só um maluco é que ainda pode amar Lisboa, no estado a que ela chegou. Só um doido é que tenta melhorar a cidade, quando sabe que ela está entregue aos dois bandos de cavalgaduras atrás referidas: o das bestas que a destroem e o dos incompetentes que deixam que isso suceda.
___
Finalmente uma nota curiosa:
Juntamente com a 3ª foto, foram tiradas mais 8 (e na mesma avenida), de tampas da PT. A empresa (que mas pediu) está hoje mesmo a corrigi-las. Se calhar faz mal, pois só um maluco é que manda corrigir as situações que se podem ver [AQUI].
Todas as situações erradas merecem que alguém repare nelas.
Entre nós é costume atirar pedras a quem se ocupa com o que devia estar bem e/ou ser bom (para todos). E, por vezes, são aqueles que têm responsabilidades ou outros a seu mando, em sua defesa ou por "simpatia", que, mais ou menos encobertos, se encarregam de (tentar) perturbar ou anular as vozes incómodas.
Sinal de que (se) está a (conseguir) tocar em certas sensibilidades.
Zé Batista Tinha que vir a tenebrosa teoria da conspiração, a propósito de umas tretas sobre calçadas, tampas da PT e estacionamentos em transgressão. Uma imaginação tão fértil só pode resultar de falta de senso.
13 Comments:
Recaída grave.
Outra vez as calçadas e os estacionamentos em transgressão.
Toma os comprimidos...
Não há pachorra. Ninguém tem olhos na cara? Não há um mínimo de auto-estima?
Caro CMR,
Da minha parte agradeço-lhe a insistência e louvo-lhe a paciência com que desenvolve esta luta cívica.
E atrevo-me a pedir-lhe: não desista.
Muito obrigado.
Grande abraço.
Caríssimos,
Um dia destes vou dedicar um 'post' apenas àquele(s) leitore(s) que se irritam com a minha irritação. Vou transcrever alguns comentários mais significativos, e colocá-los à discussão.
Entretanto, comento apenas o seguinte:
1 - Só se preocupa com as mazelas da sua cidade aquele que a ama.
2 - Lisboa está como está (lixo, cacas de cão, estacionamento selvagem, passeios esventrados, passadeiras apagadas, polícias "invisíveis" ou inactuantes, etc) devido a 4 grupos de pessoas:
As que fazem esses "malfeitorias".
as que são pagas pelos contribuintes para as combater - mas não o fazem eficazmente (EMEL, PSP, Polícia Municipal, etc);
as que não se preocupam com essas coisas (são a maioria; população flutuante, que entra e sai da cidade todos os dias, e a quem estes assuntos não interessam nada);
as que se irritam com os que se irritam.
(Cont.)
A cena aqui documentada
teve um desenvolvimento curioso (no próprio local e por mail).
Mas fica para depois...
Eu bem sei que "é igual ao litro" mas, já agora, aqui fica uma curiosidade em que ninguém, por estes lados, reparou:
Ao contrário do que o texto pode fazer crer, as tampas, na 3ª imagem, só aparentemente é que estão como estavam em Junho.
Uma observação atenta mostra que foram rodadas, em conjunto, 180º (e, por isso, continuam mal...).
Dá-me ideia que ou aquelas tampas não são dali ou o calceteiro não fez o trabalho devidamente...
J. Batista,
Pois...
Por mais voltas que eu dê à cabeça, não estou a ver como é que outras rotações (que, não sendo de 180º. teriam de ser de 90º) e/ou permutações poderiam acertar as tampas.
Na altura (em Junho), um 2.º operário (que não se vê na foto), ao ver-me tirar a foto do meio, veio ter comigo e comentou que, de facto, havia ali alguma coisa mal.
Dizia ele que uns gajos tinham andado de volta da tampa e a tinham trocado e posto mal.
Mas, possivelmente, foi mais do que isso:
Ou alguém tirou o molde e o inverteu, ou o resto da calçada é que está toda errada, ou (o que é mais certo) as tampas não são dali.
Enfim... Trata-se de uma pequena curiosidade de Lisboa, cidade onde quem se preocupa com estas minudências se arrisca ser tratado como maluco.
Infelizmente não é "arrisca-se a ser tratado como maluco".
É, NÃO se arrisca a ser tratado como maluco.
Daí o problema!!!
Gostava de saber de que terra são (ou onde vivem) as pessoas que se "irritam com a minha irritação", e se sabem o que é "estimar a sua terra".
No caso de Lisboa, de duas, uma:
Ou a conhecem (calcorreando as suas ruas, como eu faço todos os dias), e são completamente insensíveis à sua degradação - e então está tudo dito;
ou não a conhecem - e estão perdoados, pois não sabem do que falam.
(Claro que há ainda a possibilidade de acharem que assim é que está bem)
________
No entanto, e pensando melhor, há uma coisa em que têm razão:
Só um maluco é que ainda pode amar Lisboa, no estado a que ela chegou.
Só um doido é que tenta melhorar a cidade, quando sabe que ela está entregue aos dois bandos de cavalgaduras atrás referidas: o das bestas que a destroem e o dos incompetentes que deixam que isso suceda.
___
Finalmente uma nota curiosa:
Juntamente com a 3ª foto, foram tiradas mais 8 (e na mesma avenida), de tampas da PT.
A empresa (que mas pediu) está hoje mesmo a corrigi-las. Se calhar faz mal, pois só um maluco é que manda corrigir as situações que se podem ver [AQUI].
A vida de um reformado (suponho) orbitará apenas à volta das calçadas, tampas da PT e estacionamentos em transgressão?
Caro CMR
Todas as situações erradas merecem que alguém repare nelas.
Entre nós é costume atirar pedras a quem se ocupa com o que devia estar bem e/ou ser bom (para todos).
E, por vezes, são aqueles que têm responsabilidades ou outros a seu mando, em sua defesa ou por "simpatia", que, mais ou menos encobertos, se encarregam de (tentar) perturbar ou anular as vozes incómodas.
Sinal de que (se) está a (conseguir) tocar em certas sensibilidades.
Ainda bem.
Embora com mágoa sua.
Zé Batista
Tinha que vir a tenebrosa teoria da conspiração, a propósito de umas tretas sobre calçadas, tampas da PT e estacionamentos em transgressão.
Uma imaginação tão fértil só pode resultar de falta de senso.
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