31.12.11

O último ano que sou optimista

Por Ferreira Fernandes

COMO os pessimistas, hoje vou estar acordado até à meia-noite - eles para terem a certeza que o ano velho foi mesmo embora, eu para ver o novo ano chegar.
A 2011 arrumo-o com uma frase: foi um ano ímpar (comprove, faça o teste do algodão aritmético). Mais logo, vou brindar. Aí, uns dirão que o copo está meio vazio, outros, meio cheio - e eu, optimista prático, com a esperança que os produtores de copos passem a fazer meios copos, dando plenitude à vida.
Não vou brindar com Coca-Cola mas aplaudo-lhe o espírito do seu anúncio natalício "Razões para Acreditar". Os pessimistas dizem que o anúncio é oportunista e eu digo que é só anúncio. Com este acrescento, lembra boas razões para acreditarmos. E não está sozinho. Em 2011, foi lançado o livro The Better Angels of Our Nature (Os Melhores Anjos da Nossa Natureza), que pergunta: podemos ser optimistas? É interessante que o livro tenha aparecido neste famigerado 2011, porque o autor, Steven Pinker, professor de Psicologia em Harvard, tem 800 páginas a dizer que sim, podemos ser optimista (somos cada vez mais inteligentes e menos violentos).
Sabia que nos anos 50, um anúncio americano mostrava o marido a surrar a mulher por ela ter comprado o café errado? Hoje, a marca do café que patrocinava o anúncio teria a chávena, não meio, mas toda vazia.
Mas, apesar disso, este é o último ano em que vou ser optimista aqui. Para o ano adiro ao acordo ortográfico e passarei a otimista.
«DN» de 31 Dez 11

Etiquetas: ,

1 Comments:

Blogger Maria said...

Está cheio de sorte. Eu já não tenho esperanças há muito tempo.
Bom Ano? Talvez...
Maria

1 de janeiro de 2012 às 11:54  

Enviar um comentário

<< Home