Humanidade
Por João Paulo Guerra
COMO é que se diz o contrário de humanidade? Oposto? Contrário? Antónimo?
Nada disso. O contrário, o oposto de humanidade é o patrão de um emigrante português na Bélgica que tendo sofrido um ataque cardíaco e caído de um andaime, em vez de ser socorrido, foi levado num camião para um local ermo onde veio a falecer. As autoridades belgas investigaram que o corpo do emigrante foi abandonado com vida.
O caso não se passou há 100 ou 75 anos, quando a Europa ainda procurava o seu código de valores políticos, económicos e sociais. Passou-se no final do ano passado e veio posteriormente nos jornais. Recentemente, o jornal belga La Dernière Heure publicou uma desenvolvida reportagem sobre a vida e a morte do português António Nunes Coelho, de 49 anos, a vítima deste caso sinistro, que não é certamente o primeiro e não será o último neste espaço de livre circulação.
O português vivia há 12 anos na Bélgica, foi despedido há dois, sustentando-se de biscates, sempre ilegal, até que no dia fatídico pegou no trabalho às 6 horas e ao fim da manhã deu-se a sucessão de desgraças. Os paramédicos admitem que o português terá sobrevivido duas horas - o tempo do transporte de camioneta até um parque de Bruxelas - e mais 15 a 45 minutos no local onde foi abandonado, até morrer na completa solidão, sem socorro. O português tinha uma ação no Tribunal de Trabalho de Bruxelas e até a ganhara, mas ninguém lhe comunicou a sentença.
Europa, querida Europa. Há quem se interrogue sobre há quantos séculos aconteciam com frequência barbaridades assim. Mas também há quem se pergunte se isto é do passado ou do futuro deste continente que embalou a democracia, o direito, os direitos políticos e sociais do homem.
COMO é que se diz o contrário de humanidade? Oposto? Contrário? Antónimo?
Nada disso. O contrário, o oposto de humanidade é o patrão de um emigrante português na Bélgica que tendo sofrido um ataque cardíaco e caído de um andaime, em vez de ser socorrido, foi levado num camião para um local ermo onde veio a falecer. As autoridades belgas investigaram que o corpo do emigrante foi abandonado com vida.
O caso não se passou há 100 ou 75 anos, quando a Europa ainda procurava o seu código de valores políticos, económicos e sociais. Passou-se no final do ano passado e veio posteriormente nos jornais. Recentemente, o jornal belga La Dernière Heure publicou uma desenvolvida reportagem sobre a vida e a morte do português António Nunes Coelho, de 49 anos, a vítima deste caso sinistro, que não é certamente o primeiro e não será o último neste espaço de livre circulação.
O português vivia há 12 anos na Bélgica, foi despedido há dois, sustentando-se de biscates, sempre ilegal, até que no dia fatídico pegou no trabalho às 6 horas e ao fim da manhã deu-se a sucessão de desgraças. Os paramédicos admitem que o português terá sobrevivido duas horas - o tempo do transporte de camioneta até um parque de Bruxelas - e mais 15 a 45 minutos no local onde foi abandonado, até morrer na completa solidão, sem socorro. O português tinha uma ação no Tribunal de Trabalho de Bruxelas e até a ganhara, mas ninguém lhe comunicou a sentença.
Europa, querida Europa. Há quem se interrogue sobre há quantos séculos aconteciam com frequência barbaridades assim. Mas também há quem se pergunte se isto é do passado ou do futuro deste continente que embalou a democracia, o direito, os direitos políticos e sociais do homem.
«DE» de 24 Fev 12
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