17.7.12

Porta Nova (13) - Literatura à mesa, depois do jantar

Por A. M. Galopim de Carvalho
A MESA em que nos reuníamos às refeições, com duas abas que se abriam, mal chegava para tanta gente, tantos braços mexer e bocas a comer e só algumas a falar, tanto banco e tanta cadeira a gemer. Ao todo éramos nove, pai, mãe, seis filhos e a tia Cecília, irmã da minha mãe, viúva e sem filhos, a viver connosco.
– Come, Lourdes! Está calado, Mário! Tem juízo, Chico, não irrites a tua irmã! Essas batatas são para comer até ao fim! Não ficam aí no prato! Não se come uma azeitona de uma só vez! Não se trata assim uma coisa que leva um ano a criar! À mesa não se fala! Tu, aí, põe-te direito na cadeira, e chega-te para a frente. – Era assim todos os dias, duas vezes ao dia. (...)
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