Porta Nova (13) - Literatura à mesa, depois do jantar
Por A. M. Galopim de Carvalho
A MESA em que nos reuníamos às
refeições, com duas abas que se abriam, mal chegava para tanta gente, tantos
braços mexer e bocas a comer e só algumas a falar, tanto banco e tanta cadeira
a gemer. Ao todo éramos nove, pai, mãe, seis filhos e a tia Cecília, irmã da
minha mãe, viúva e sem filhos, a viver connosco.
– Come, Lourdes! Está calado, Mário! Tem juízo, Chico, não irrites
a tua irmã! Essas batatas são para comer até ao fim! Não ficam aí no prato! Não
se come uma azeitona de uma só vez! Não se trata assim uma coisa que leva um
ano a criar! À mesa não se fala! Tu, aí, põe-te direito na cadeira, e chega-te
para a frente. – Era assim todos os dias, duas vezes ao dia. (...)
Texto integral [aqui]Etiquetas: GC
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home