As equivalências
Por Ferreira Fernandes
A JSD desafiou ontem o antigo ministro Mariano Gago a pronunciar-se sobre a lei das equivalências que ele criou. Isto é, há um escândalo e a JSD vai ao âmago: "O problema não será da lei?..."
De facto, se certas leis não existissem não haveria escândalos por abusos a essas leis. Se não houvesse normas sobre empréstimos bancários, não haveria empréstimos bancários e não haveria escândalo BPN e os milhões para amigos. Será que é de desafiar Thomas Hobbes a pronunciar-se, já que algumas das normas dos empréstimos bancários foram beber ao que ele escreveu sobre o contrato social? Hobbes morreu em 1679, talvez não possa responder, mas Gago pode. E como acho que ele tem razão e a sua lei, também, permito-me dar-lhe um argumento: Marco Chagas. Chagas é o melhor comentador da televisão portuguesa - e nisso incluo todas as modalidades (do futebol à política, passando pelo ciclismo, que é sobre o que ele fala). Ora a televisão é uma cátedra, que deveria estar reservada só a quem tivesse feito cadeiras sobre teorias da comunicação. Porém, Chagas passou diretamente do selim para o microfone, sem ler Saussure, porque lhe reconheceram equivalências por ter ganho quatro Voltas a Portugal. Ainda bem, porque ontem, dez minutos antes de elas acontecerem, Chagas explicou-me na RTP, sobre o Tour, as estranhas manobras do pelotão para os ciclistas se resguardarem do vento.
Estão a ver? A lei das equivalências espalha o saber.
«DN» de 15 Jul 12Etiquetas: autor convidado, F.F
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