As paredes do nosso descontentamento
Lisboa - Av. de Roma
Por Joaquim LetriaO NOSSO amigo Carlos Medina Ribeiro, a alma e a cabeça deste SORUMBÁTICO que todos nós lhe devemos, é um olissipógrafo incansável, denunciando com os seus textos e fotografias os atropelos que Lisboa sofre, todos os dias, com maior ou menor arte. Nas suas fotos e em muitas das suas queixas figuram os graffiti, obscenos e sem sentido, quase todos eles. Simples porcaria urbana.
Devo confessar que aprecio os verdadeiros artistas do graffiti e algumas das suas obras.
Conheço, aliás, cidades onde lhes é dado espaço em zonas decadentes onde muitos
inscrevem nas paredes verdadeiras obras-primas. Eu próprio gostaria de um dia
ter uma casa, um edifício, um armazém, onde uma equipa desses talentosos
artistas se pudesse exprimir livremente e com bom gosto. Madrid e Barcelona
souberam aproveitá-los…
Agora, até um vereador da Câmara de Lisboa promete bater-se contra
os graffiti.Vamos esperar para ver... Sem dúvida que exercida assim,
clandestinamente, a inscrição em paredes não é nenhuma arte, é porcaria urbana
que desfeiam casas, cobrem muros, sujam monumentos, estragam estátuas e
emporcalham comboios, constituindo atentados contra a propriedade alheia.
Geralmente, os seus autores permanecem impunes e os graffiti custam muito dinheiro a limpar.
Resta saber se há meios para impedir a prática de tais crimes e se
depois do trabalho dos esforçados agentes policiais os tribunais não se ocupam
a reenviá-los para a rua, como sucede com frequência entre nós, com autores de
infracções bem mais graves.
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NOTA (CMR): dada a grande quantidade disponível, não me foi fácil escolher uma foto para ilustrar esta crónica. Acabou por ficar esta (tirada há pouco), pois o facto de se tratar de um equipamento municipal (que se encontra vandalizado desde tempos imemoriais) é, para mim, bem significativo da forma como os poderes públicos contemporizam com este fenómeno.
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NOTA (CMR): dada a grande quantidade disponível, não me foi fácil escolher uma foto para ilustrar esta crónica. Acabou por ficar esta (tirada há pouco), pois o facto de se tratar de um equipamento municipal (que se encontra vandalizado desde tempos imemoriais) é, para mim, bem significativo da forma como os poderes públicos contemporizam com este fenómeno.
Etiquetas: JL
1 Comments:
Aqui na zona da Buraca... há obras de se tirar o chapéu...
mas há com cada parvo que só com um trapo encharcado em merda é que aprendiam a não andar a sujar paredes! :(
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