6.11.12

A fé que nos abandona

Por Joaquim Letria
PORTUGAL está a perder fé no europeísmo. Compreende-se! Foi longa e acidentada a viagem desde a “Europa Connosco”, os sorrisos do “mon ami Mitterrand”, os gritos do Kreisky no Porto, os berros do Felipe Gonzalez em Campo Maior e o punho de ferro do Helmut  Schmidt no Largo do Rato, passando pelo Fundo Social Europeu, até chegarmos a este beijo da morte da troika.
Mas se em 1985,um ano antes do Dr. Soares assinar os papéis nos Jerónimos, só 24 por cento dos portugueses acreditavam na Europa comunitária e queriam entrar para o clube, verdade se diga que em 1987,um ano depois de estarmos a pagar quotas, 70 por cento dos Portugueses já eram a favor da UE e pensavam e sentiam que estava a ser muito bom para nós estarmos ali aninhados, a receber cada vez mais e a fazer cada vez menos.
Segundo os últimos inquéritos e estudos de hoje, no presente, só 40 por cento dos Portugueses são a favor de continuarmos comunitariamente europeus. O que é pouco, se pensarmos que estamos ao mesmo nível das repúblicas bálticas, que sempre viram na Europa Comunitária um desígnio instrumental, e muito pouco, se nos recordarmos que o presidente da Comissão Europeia é Português e até já foi nosso Primeiro-Ministro.

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1 Comments:

Blogger José Batista said...

Lembro-me que, em 85, muitas pessoas, sobretudo com mais idade, diziam que se íamos receber ajuda, em dinheiro ou outra, alguma coisa teríamos que dar em troca. Essas pessoas, que não eram poucas, tinham muito receio...
Tais receios, perante o jorro de dinheiros transferidos para Portugal, foram-se esfumando, especialmente pelo entusiasmo dos muitos que passaram a pouco trabalhar, enquanto a torneira brotava com abundância.
Agora, a torneira secou, como os nossos mais antigos temiam. E nem pessoas como Barroso, o primeiro-ministro que "cavou" à primeira oportunidade, inspiram qualquer confiança. Como já não inspirava quando nos governou (?) e mesmo antes disso.
O problema de Portugal é de falta de Homens com formação sólida, muita coragem e um pingo de seriedade.
Que os temos, temos. Não conseguimos é colocá-los na função que mereciam e de que nós muito beneficiaríamos.
Porquê?, é a pergunta para que não encontro resposta.

6 de novembro de 2012 às 19:38  

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